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4 de outubro de 2018

A tristeza do imbuzeiro - uma "ciranda-canção"


Hoje não tem artesanato, mas uma canção...

Acho que preciso me justificar aqui... Afinal, esse blog foi criado para falar de artesanato e de coisas/pessoas a ele relacionadas...

Acontece que essa coisa de escrever em blog acaba por adquirir certo caráter de "meu diário" e, muito embora eu evite fazer isso por aqui, é inevitável que vez ou outra eu acabe mostrando mais "a cara" (e o que se passa no coração)...

E, então, acontece que Música é algo que "se passa" com a maior importância no meu coração! E é, provavelmente, o mais essencial alimento da minha alma... Meu ar puro, meu bálsamo, meu aconchego... E, assim, representando tudo isso para mim, ela é também muito maior e bem mais forte do que eu e, por vezes, me inspira "devaneios" e me move (contra minha própria razão) a fazer coisas meio nonsense - como, por exemplo, colocar uma ou outra música minha (mesmo que sem um mote - como é o caso desta de hoje) num blog onde me proponho a falar sobre artesanato...

Pronto. Acho que já está tudo devidamente explicado, né? ;)



Minha "ciranda-canção" e seu anseio de ser


A tristeza do imbuzeiro é uma música que "compus" (melhor seria dizer "intuí") no ano de 2014. Uma ciranda. Minha "ciranda-canção"... Ficou "guardada" no meu aparelhinho de mp3 com a letra rabiscada num caderninho cavoucado entre livros na estante... No ano passado marido criou um arranjo de violão todo lindo, todo abraço, todo aconchego para ela e, então, passamos a mostrá-la para alguns amigos e familiares.... E foi daí que veio a ideia (e a cobrança) de gravá-la (ainda que amadoramente) para poder publicá-la e deixar que tomasse vida, que passasse a existir...

Sim, porque música estocada em aparelhinho mp3 ou celular, música naquela pilha de cds empoeirados na estante, música anotada em partitura sobre o piano na sala da tia-avó que deixou de tocar devido à artrose... Nada disso é música, apenas registro, esquecimento ou privação... Música só é música naquele instante "mágico" em que soa, nota por nota, e nos toca, nos alcança e se faz dentro de nós... Música só é música quando, soando, nos invade pelos ouvidos, pela pele, pelos pés... coração adentro (ou coração afora) e se instala e acontece dentro de mim e de você, que a ouvimos, a sentimos, a reverberamos, somos por ela modificados e, em troca, a atribuímos sentidos, importâncias, memórias, esperanças... Apenas nessa hora a música existe.

Por isso eu vos ofereço esta que, muito embora minha, de autoria, não se quer "minha", mas de todos, de qualquer um, de tantos quanto possível... para poder tomar vida em cada momento que alguém, qualquer um, clique para ouvi-la e, assim, acontecer por aí, nuns ouvidos e corações desconhecidos, e ganhar novos sentidos e realizar-se e fazer-se plena em existência e, finalmente, ser música e, mais uma vez e tantas outras mais, poder tornar sempre a SER!

Que ela, então, assim SEJA!  ♥ 


Sobre devaneios


Devaneio 1: ela (A tristeza do imbuzeiro) não pôde esperar que eu, num esforço sincero de realizar um desejo guardado (entenda-se: devaneio tresloucado), conseguisse um contato para ofertá-la a Mônica Salmaso ou a Ceumar que, certamente, dariam brilho e beleza pra sua simplicidade. (Eu disse que era devaneio, né?). Impaciente, a pulular (o que é justificável depois de tantos anos a pobrezinha "trancada", ansiando vida), quis sair à rua logo, simplinha mesmo, como estava: descalça e de cara limpa, sem nem um batonzinho, sem nem um brinquinho na orelha... No anseio urgente de ganhar vida e animada pelo violão todo-amor que meu marido criou pra ela, me impeliu a fazer seu registro sonoro e a cantá-la - eu mesma, com os poucos recursos vocais de que, amadoramente, posso hoje dispor... Obedeci humildemente. E guardo a expectativa de que meus amigos e meus leitores (por ora, ouvintes), sabendo que somos (cantora e violonista) amadores, saberão também compreender e relevar nossas quase discretas falhas neste (urgente!) áudio, motivo pelo qual já vos somos muito gratos! ;)

Devaneio 2: antes mesmo de gravar A tristeza do imbuzeiro em estúdio, mas já em vias disso (o que significa dizer que naqueles dias eu dormia e acordava pensando nela), num certo sábado eu acordei com uma ideia bem maluca na cabeça (isso não é incomum, rs)... Maluca, mas tão clara e persistente (e tão fofa!) que eu não pude outra coisa senão me render (e me apaixonar perdidamente)... Naquele sábado recém-amanhecido, um desenho animado em preto e branco passava inteirinho na minha cabeça mostrando a história do imbuzeiro que entristeceu de saudades de uma rolinha que avoou pra longe... Tive certeza, naquela hora, de que a minha "ciranda-canção" deveria ser publicada com um filminho/desenho, ainda que simplão e caseiro... Tipo um clipe! :) Pedi ajuda ao meu cunhado, um cara que adora desenhar e faz desenhos lindos! Ele topou, feliz e engajado, e o "devaneio" daquela manhã de sábado, que me deixou com o coração palpitando pelos dias seguintes e outros mais, se tornou um filminho caseiro, fofo e real! ;)


Clique abaixo e conheça a música e o desenho "A tristeza do imbuzeiro" ;)




A tristeza do imbuzeiro
(Simone dos Santos)

Lá do alto do imbuzeiro rolinha avoou,
fez lembrar o dia quando partiu meu amor.
Imbuzeiro magoou de saudade de você, rolinha,
desde então o pobrezinho perdeu seu esplendor...

Lá do alto do imbuzeiro rolinha avoou,
fez lembrar o dia quando partiu meu amor.
Imbuzeiro magoou de saudade de você, rolinha,
adispois daquele dia nunca mais se abriu em flor.

Voa, rolinha! Torna voar! 
Longe de casa, tanto céu pra festejar...
Voa, mas volta pro teu amor,
pro meu imbuzeiro tornar se abrir em flor...


Minha sincera gratidão:

Aos meus pais e minha irmã, pela mais bela torcida - e a mais querida!

Aos amigos (Gui, Catita, Gíio, Lú, Myrtinha, Búbs) que (cada um ao seu modo), quando ouviram "A tristeza do imbuzeiro", me fizeram crer que, sim, eu deveria gravá-la! - Antes mesmo da Mônica Salmaso ou da Ceumar... ;)

Ao Brenno e ao Luiz Filipe, pela paciência e dedicação em estúdio.

Ao Marco Perez (o cunhado mais maneiro que minha irmã poderia me ter arranjado, rs) que, com tanta entrega e paixão, paciência, generosidade e carinho, fez os desenhos que tornaram realidade um dos meus (muitos) devaneios ;)

Ao Dagô, pela parceria que transcende ao arranjo desta canção...

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