25 de novembro de 2015

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22 de novembro de 2015

Rodrigo Diniz - obras carregadas de singeleza e humanidade.


Vi o trabalho do Rodrigo Diniz pela primeira vez numa loja de artesanato brasileiro dentro de um aeroporto no Rio de Janeiro. Na ocasião, fiquei encantada com um pequeno Santo Antônio de cerâmica na primeira prateleira, praticamente junto ao chão, carregado de um simbolismo muito diferente das comuns representações de Antônio na iconografia tradicional católica (aquela com o santo de pé trazendo o menino Jesus nos braços). Aquele Antônio encontrava-se agachado, de joelhos, para ficar da altura do menino Jesus (este sim, de pé) e trazia na mão direita o tradicional ramalhete de lírios, repousando a mão esquerda sobre o ombro direito do Menino, num quase-abraço misto de ternura e reverência.

Aquela peça me tocou profundamente. Ela me trazia uma mensagem arrebatadora de humildade: não era Jesus que estava no colo do santo, sendo por ele amparado. Era o santo que se ajoelhava de encontro ao Menino!

Quanta coisa pode trazer, incutida em si, uma obra! Coisas que, nela, não necessariamente são intencionais mas que estão ali presentes para ir de encontro ao que cada um de nós carrega dentro de si: memórias, histórias ouvidas, uma pessoa querida...

Aquela postura daquele Antônio me fez lembrar um costume indígena que eu ouvi da boca de uma antiga amiga, amante e pesquisadora de músicas e culturas... Ela contou certa vez que, entre os índios de algumas etnias, os adultos sempre se ajoelham diante de um curumim quando devem lhe dizer algo e que a intenção desse gesto é fazer-se "pequeno", do tamanho da criança, para que esta receba o ensinamento (conselho ou reprimenda) de alguém que a está olhando nos olhos, de igual para igual, nunca de cima para baixo... Quanto respeito e amor, quanto ensinamento num gesto tão simples! Aquele Antônio me trouxe esta e outras reflexões...

Duas coisas me agradam em cheio nesse Antoninho do Rodrigo Diniz. E têm a ver com um certo aspecto de algumas representações populares que fogem das imagens-padrão de santos que conhecemos. A primeira coisa é mais imediata: é esse gostinho bom do inusitado, do que te surpreende e quebra a tua expectativa - e quebra junto o "molde" que serve/serviu para identificar e "enformar" Antônios, Joões, Beneditos ou Conceições...

A outra coisa que me agrada é que justamente essa ruptura do padrão iconográfico vem trazer "vida" para este Antônio (ou para o João, para o Benedito e para a Conceição que povoam o meu ou o teu imaginário). Quando um artista tira um santo do pedestal, da cruz, da posição de "pose para foto" (ou seja lá de qual outro "lugar" ou "forma" que lhe tenha sido "consagrado" ao longo de séculos de história) e o representa numa cena cotidiana, num ato comum, num momento inusitado, este artista está emprestando humanidade e vida àquela figura e, consequentemente, a está aproximando das nossas vidas.

É inegável que este doce Antônio está carregado de vida! Porque ele tem um gesto próprio, só seu. Porque ele saiu do molde onde costumam se encaixar outros Antônios e foi se ajoelhar diante do Menino-Deus... pelas mãos de Rodrigo Diniz...

coisicasartesanais.blogspot.com.br
Santo Antônio do Diniz

Não comprei a belíssima peça naquela ocasião. Além de eu estar saindo do Rio em viagem (não seria prático, portanto, comprá-la naquele momento), quem já andou lendo postagens minhas por aqui sabe que eu tenho a adorável, venturosa e viciante mania de gostar de comprar uma peça diretamente das mãos de quem a fez (sempre que possível e quando a peça é dessas que me causam tanto impacto). Não foi diferente com a peça do Diniz.

No Santo Antônio exposto na loja havia uma etiqueta com as informações de procedência e autoria da peça, então eu não precisei pelejar muito, fazer promessa nem "simpatia" para encontrar o artista. (Não entendeu? Então, depois, dá uma olhadinha nessa história
aqui!). A etiqueta dizia pouco: "Diniz - MG". Foi o suficiente. Busquei na internet e finalmente encontrei o Rodrigo Diniz! Fiz o contato, encomendei meu Antoninho e fui buscar diretamente com ele, numa ocasião em que estive em Belo Horizonte.

Além desses Antônios cheios de ternura diante do Menino, Rodrigo faz também muitas outras figuras sacras. Nossa Senhora da Conceição, das Graças, Desatadora, Aparecida, Santa Terezinha, Santa Rita, São Judas Tadeu, São José, presépios, enfim... É santo pra atender a todo tipo de devoção! Mas ele próprio admite: seu "carro-chefe" são mesmo os Francisquinhos - lindíssimos, aliás, e que, como aquele Antoninho, saíram da forma e foram passear pelas situações mais pitorescas e humanizadoras, sentados em burricos, dando de beber a vaquinhas, brincando no balanço com passarinhos (!)... É cada uma peça mais linda e encantadora que a outra!

Rodrigo Diniz é um moço calminho e que passa uma pacatice boa no seu jeito de ser. Gostei muito de poder conhecê-lo pessoalmente, ainda que muito rapidamente num encontro marcado no Mercado Central de BH... Trata-se, sem dúvida alguma, de um artista de grandíssima sensibilidade e cujas mãos têm um dom para além do artístico: elas dão liberdade e conferem vida a suas peças, impregnadas de traços doces e gentis de humanidade! 

Encante-se com o trabalho do Diniz aqui!

* * * 
Leia aqui a entrevista que o Rodrigo Diniz concedeu ao Coisicas Artesanais!
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19 de novembro de 2015

Coisicas Artesanais - Oxum



"Eu vi mamãe Oxum na cachoeira
sentada na beira do rio
colhendo lírio-lírio-ê
colhendo lírio-lírio-á
colhendo lírio pra enfeitar o seu gongá"
(canto tradicional religioso brasileiro)


No rico panteão iorubano, cada entidade costuma se equivaler a uma força da natureza. Oxum é a grande mãe dos rios de água doce. Também por isso é o símbolo da fertilidade e vida na Terra. Uma das esposas de Xangô, queridinha de Iansã e Exu, vaidosa e sensual, Oxum também representa a feminilidade.

Esta peça foi a minha primeira produção em cerâmica das (apenas) três que fiz sob o olhar sempre atento e cuidadoso e as orientações valiosas da queridíssima Flory Menezes, com quem fiz aulas no ano de 2014.

Eu não tinha a menor intenção de fazer, da minha primeira peça, uma Oxum. Na verdade eu imaginava retratar uma certa Maria no momento exato em que soube que trazia no ventre um menino..., na hora da certeza íntima e só sua da concepção. Mas a cerâmica tem dessas coisas (principalmente se tuas mãos são ainda inexperientes no trato com ela): a cerâmica pode querer se impor pra você. E foi assim que ela se impôs neste caso. Mas também foi imensamente generosa comigo: para alguém que desejava retratar a beleza e o divino da maternidade no seu momento mais íntimo no espírito de uma mulher (na hora em que se sabe grávida), ver nascer uma Oxum, a grande mãe da fertilidade (sincretizada muitas vezes com a própria Conceição!), foi um presente... dos deuses! 


coisicasartesanais.blogspot.com.br
R$ 200,00
coisicasartesanais.blogspot.com.br
Alguns detalhes
coisicasartesanais.blogspot.com.br
R$ 200,00


Técnica e material: escultura em cerâmica queimada, pintada a mão e com aplicação de miçangas em hastes de arame.

Medidas: 23cm de altura, 14 cm de profundidade (dos joelhos aos pés) e 11,5cm de largura (distância entre os cotovelos). 

Quem tiver interesse nessa peça, basta entrar em contato através do e-mail abaixo para combinarmos modo de pagamento e envio.



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Aproveito para replicar aqui o áudio de "Estrela de Oxum", uma canção super bonita e delicada, de autoria de Rodolfo Stroeter e Joyce, aqui apresentada na belíssima voz de Mônica Salmaso, em seu álbum "iaiá"... Para finalizar esta postagem no embalo bom dessa energia doce de beira de rio...


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17 de novembro de 2015

Madu Lopes - O moço que traz nos olhos Luz de estrelas...

A história que tenho para contar sobre o Madu é longa. Uma saga, uma verdadeira odisseia! Uma caça ao tesouro! (A dica: se você não tem paciência para histórias longas, sagas e afins... pula tudo e vai direto para o penúltimo parágrafo, ok?)...

Era 2012. Navegando por uns blogs (nem me lembro mais procurando exatamente o quê), me deparei com um recorte de um quadro de um São Francisco todo doçura, de olhar tão terno que chegava a causar até um alento bom no meu coração, só de olhar naqueles olhos! Fiquei completamente a-pai-xo-na-da naquele Francisco! ... Na tal postagem naquele blog (que era por ocasião do dia de São Francisco de Assis - 4 de outubro) não havia nenhuma menção sobre o autor da belíssima obra. Então eu entrei em contato com a blogueira, mas ela, infelizmente, não sabia a autoria e nem sequer lembrava de onde havia copiado a imagem... Era uma pena... Lamentamos juntas essas "coisas de internet" e eu estava diante de uma busca que levaria ano e meio, sem nenhuma pista para descobrir quem seria o autor daquela belezura...

Detalhe de obra do artista Madu Lopes - RS
A imagem que me "causou"

Então eu comecei fazendo na internet diversas buscas de imagens de Sanfra (apelido carinhoso pelo qual uma amiga querida costumava chamar o santo - "assim-ó", na maior intimidade). Bem, fiz diversas buscas no google - total no escuro! Nem é preciso dizer que encontrei váááárias outras imagens de Franciscos - nenhuma aquela com aqueles olhos de doçura. Por várias vezes, no período de 1 ano mais ou menos, eu desistia e tornava a procurar para depois desistir de novo e para, em seguida, tornar a procurar outra vez... 

Foi assim até que me dei por vencida... Estava já conformada com a lição de desapego que Sanfra estava me aplicando, afinal, ele próprio, sendo talvez o símbolo-mor de desapego material e humildade no ocidente católico, devia estar querendo me dar um ensinamento: que eu bem podia seguir vivendo em paz sem um quadro lindíssimo daquele Francisco encantador... (Podia??). E... acaba que me acostumei (mentira!) à ideia de ter aqueles olhos ternos olhando para mim apenas e tão somente no meu desktop. (Ah... sim..., eu preciso confessar: copiei a imagem do tal Francisco encantador para me acalentar o coração nos dias, por vezes bastante estressantes, de trabalho ao computador).

Pois é... Muita gente diz que justo quando a gente desiste de achar algo que perdeu é que encontra; ou quando desiste de lembrar algo, um sonho, o nome daquele coleguinha do primário..., quando a gente desiste de lembrar, daí é que lembra!... E aconteceu que eu já nem estava mais procurando o autor daquele Francisco e... E foi então que eu o encontrei!!! (Sim, para confirmar a sabedoria popular, né?).

Num final de semana de 2013, em Gramado (RS), entrei numa loja fofa de artigos de decoração. E lá dentro dessa loja eu me deparei com dois quadros belíssimos, um Francisco e um Antônio, com os mesmos olhos ternos, a mesma doçura singela, a mesma palheta de cores, a cabecinha igualmente inclinadinha pro ladinho... Fiquei eufórica! Apontei os quadros pro meu marido, tentando não "dar pinta" na loja: "Minha Nossa! Olha isso! Esses traços são os mesmos do artista que eu tanto procurei! Daquele quadro de Francisco!!! Lembra?".

Não. Não foi exatamente assim. Não com toda essa comunicabilidade - não mesmo! Eu trepava as palavras, eu engolia as sílabas, eu gaguejava... Devo ter "dito" algo mais próximo disso: "Minha Nó... Minha Nó! Ó! É o, é o, é ele! É ele! Que eu tanto..., ai, num tô acred... Cê tá vendo isso?? Minha Nossa! Achei!!!"

Meu marido pouco compreendeu, mas a dona da loja, percebendo a minha indisfarçável agitação diante dos quadros, deu uma risadinha solidária (dessas risadinhas de quem é completamente capaz de compreender uma reação como a minha), e falou “ah, eu também adoro os quadros desse artista...”. Os quadros estavam no alto e eu não conseguia ler a assinatura. Aflita, perguntei: “Dona, qual o nome do artista, por favor?” (“pelamôôôr!!!”).

- Madu Lopes. É um artista de Pelotas - ela disse.

Agradeci à dona e saí da loja repetindo o nome: "Madu Lopes, Madu Lopes, Madu Lopes... Ai, que lindo! Madu Lopes! Madu Lopes!" - até poder anotá-lo num papel para procurar depois...

A vida, o acaso, (São Francisco??), ou sei lá "quem" acabava de me dar uma resposta para aquela afetada resignação sobre o aprendizado compulsório de desapego: NÃO, eu NÃO poderia seguir vivendo em paz sem um quadro lindíssimo daquele Francisco encantador! E agora eu estava felicíssima por isso! Porque agora eu tinha como encontrá-lo!

Bom, isso é mania minha: gosto de comprar, sempre que posso, peças diretamente com quem faz. Saindo da loja naquela ocasião, com o nome do Madu anotado num bloquinho, passei a procurar por ele na internet e (ah, agora sim, foi bem fácil!) fiz um contato, umas encomendas, trocamos ideias, foi ótimo! E fiquei encantada com o Madu! Eu tinha vontade de abraçar o Madu pelo e.mail!

(Imparcialidade, Simone! Isso aqui pretende ser um blog sério.)...

Madu Lopes é um artista gaúcho que vive hoje em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Um artista lindo, fofo, encantador! Assim como seus Franciscos, suas gatas, seus unicórnios, suas Fridas e fadas, seus "passaritos" e pequenos príncipes, seu Adão e sua Eva, seus personagens masculinos de grandes cílios dóceis e feminis contrastando com uma barba e bigodes que nos espetam, suas mulheres de cabelos espiralados, emaranhados feito ninho, ocupando na tela mais que o espaço que caberia a um cabelo e vindo invadir o lugar do nosso imaginário mais pueril...

Utilizando materiais diversos (porongos, tocos e madeira de demolição, arames, pontas de pincéis velhos etc...), Madu faz um mergulho profundo e traz à tona cores, formas, símbolos, feições, memórias, afetos... E nos coloca diante disso tudo como se o mergulho fosse também nosso! As figuras e personagens do Madu parecem saídos dos contos delicados dum livro mágico, perfumado de alecrim, sacado de uma estante fantástica onde se guardam não livros, mas sonhos. Os sonhos mais belamente coloridos e benfazejos que possamos imaginar sonhar... Os sonhos onde podemos voar alegremente com o simples esforço de abrir os braços de encontro ao mais terno, onírico e profundo que trazemos dentro de nós mesmos...

Quer conhecer o trabalho do Madu? Então dá um pulinho no seu "estrelário", aqui, ó!
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Feliz dia de Francisco!

14 de novembro de 2015

Coisicas Artesanais - O artesanato nosso das horas vagas de cada dia nos dai hoje... Amém.


Não sou artesã. Não na concepção estrita da palavra... Mas desde muitos anos atrás comecei a pintar umas caixinhas, aprendi técnicas de mosaico, decoupage, confeccionei bijuterias... E fui percebendo o quanto esses momentos criativos me deixavam mais feliz e plena, mais em paz comigo mesma. 

Acredito que muitos dos artesãos de hoje já tiveram seus dias de emprego formal, com camisa social, carteira assinada e sapato fazendo calo, atrás de balcão, no escritório ou comércio... E acredito que também tiveram os seus dias de, chegando cansados do trabalho, sentarem num canto da casa para pintar um quadro para dar de presente a um amigo, terminar aquela toalhinha de crochê que faz lembrar a casa da vovó ou, ainda, arriscar uma pátina provençal naquela velha mesinha de cabeceira que passou a incomodar...

Eu cá tenho desses dias. E pretendo usar este espaço para mostrar um cadico do artesanato simples e esporádico que me acomete de rompante de vez em quando nas horas vagas. Para que minhas coisicas artesanais possam sair das caixinhas e das gavetas onde permanecem escondidas guardadas e possam habitar (quem sabe?) a tua casa... (Depois dá só uma olhadinha nas coisicas da Lojinha ;))

Mas também quero, aqui, falar de outras artes, de artistas e artesãos com quem vou "esbarrando" e por quem sigo me apaixonando ao longo desse caminhar... Porque diante de certas obras e de certas histórias de vida me bate uma inquietude tipo assim:

"Ei, TODO-MUNDO! Vocês precisam conhecer o trabalho, a arte, a vida dessa criatura!!!"

Então, aqui mostrarei algo das Minhas Coisicas e também um cadico de Outras Artes - bem como  Entrevistas muito bacanas ;)

Mas também se farão presentes por aqui outros temas, nem sempre restritos ao assunto principal, que é artesanato... Assim, vocês encontrarão por cá algumas Reflexões, um pouco de Música, "Culinaridades" e tantas Outras histórias... 

Por agora, inauguro esse Blog mostrando uma pecinha minha. Um Divininho ligeiramente inspirado em cores e formas do nosso período barroco, sobretudo nos seus resquícios e influências no fazer artesanal e popular brasileiros... - tema que, vocês acabarão observando por aqui, me é muito caro...

R$ 50,00 + frete (PEÇA VENDIDA)

Atualizado em fevereiro de 2016 - "Tem mas acabô"... A pecinha foi vendida e o pombinho foi "avoando" lá pra São Paulo, onde vai se juntar a outros pombinhos que têm pouso na casa de uma amiga, devota e colecionadora de Divinos. 

Se você quer comprar um divininho aqui do Coisicas Artesanais, dá uma olhadinha na "Lojinha" e conheça outras peças ainda disponíveis.

Observação muito importante: eu não replico peças. Entenda o porquê aqui.


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Mala Direta e Contato:
coisicas.artesanais@gmail.com

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Divininho