Chamavam
assim, o Tuninho, de passarinho, por causa de que o moço era apaixonado em
passarinhos desde muito pequetico, meninote ainda...
De
um tudo ele fez pra aprender com o tio as manhas de passarinheiro, mas que isso
não estava no destino dele, não estava mesmo não. Que toda vez que ele se
embrenhava no mato mais o tio e as demais crianças pra caçar passarinho, toda
vez que ele ia junto, a jornada ficava prejudicada, sabe? Voltavam todos de
mãos abanando...
O
tio supunha que a euforia do menino era tanta, mas tanta, que mesmo o Tuninho
se esforçando muito pra ficar atento e quietinho, a afobação dele acabava por
trair eles tudo do grupo, pois que a própria respiração do moleque ficava tão
desarvorada que perigava té de levantar saia de moça desprecavida! E que o
batimento do seu coração ficava tão estrepitoso que mais parecia era desfile de
fanfarra em dia de festa na cidade! É. Daí que esse rebuliço todo da euforia do
Tuninho, mesmo que em silêncio, mesmo que quietinho, ficava pairando no ar,
sabe? Aquela animação espaventosa toda dele ficava vibrando no ar de tudo em
derredor...
E
todo mundo sabe (ou ao menos devia de saber) que esse agito todo que se faz
no ar, mesmo que surdo ou invisível, é percebido por algumas gentes, né?
É sim. E por bicho também! Diz que é coisa de grande sutileza, isso... E que
bicho sente tudinho-tudinho, essas coisas... Quando tem perigo, quando há tristura ou quando está auspicioso um lugar... Os
bichos sentem e entendem tudo o que paira no ar... E reagem de conforme: se
arredando, se amuando ou se deixando refestelar... Que eu podia era contar
um monte duns causos aqui mor de comprovar isso e tenho certeza que todo mundo
aí há de conhecer causo assim... Ói lá se você também não conhece um desses!...
Mas eu vou citar é um só (mor de essa prosa não se estender demais pr'além da
conta), que foi o ocorrido com a cadelinha de Dona Dóca, mãe do Quinzim - aquele moleque atentado qual o cão! Deus
que me perdoe!...
Pois que Dona Dóca, ela própria,
já contou foi pra vizinhança inteirinha essa história da cadelinha Neca... Diz
que foi na vez que Dona Dóca arriou acamada de perigar té morrer por conta dum
nó de tripas ou coisa assim... Diz que nesse período todinho que ficou
adoecida, a Dona Dóca, entre a vida e a morte, a Neca entristou dum tal jeito,
a bichinha, que parecia té doente mais a dona. Que não mais brincava com a
criançada na rua, não mais dava carreira nas galinhas do vizinho, não mais
comia nem do anguzinho com raspa de arroz que deixavam na cumbuquinha dela
todos os dias, comia não... Fazia só era viver chocha e macambúzia, deitada
nos fundos do quintal, o focinho apoiado na soleira da porta da cozinha como
que a esperar que a dona viesse lá de dentro, como era costume, e lhe fizesse
um afago no focinho... As orelhas compridas e alertas de outrora, agora
arriadas; o rabo agitado e serelepe de outrora, agora arriado; os olhões muito
vivos e saltitantes de outrora, agora dois furicozinhos arriados,
enoitecidos... Que dava té dó de ver a bichinha, magrinha que era só osso,
anuviada e pesarosa, parece que sabendo a preocupação de todos da casa naquela
hora e preocupada, também ela, com Dona Dóca...
Diz
que só fez melhorar, a Neca, foi quando Dona Dóca melhorou um bocadinho e
desacamou. Foi. Que só quando Dona Dóca desacamou, foi que a Neca, de primeiro,
voltou a comer e, de depois, quando Dona Dóca sarou de vez da enfermidade mesmo
e vinha já cá fora tomar sol, catar flor de macela pra fazer chá ou estender
roupa no varal e fazia uns afagos na bichinha, foi que Neca voltou a correr
atrás de galinha e brincar com a molecada, feito finalmente sarada ela também:
tudo de volta à normalidade. O fato, deveras curioso - todos hão de concordar,
deixou Dona Dóca tão orgulhosa, mas tão orgulhosa do amor daquela bichinha por
ela, que ela conta é pro mundo inteirinho essa história!
Pois
que os bichos têm mesmo das suas astúcias. Bobo é aquele que pensa que não! E
tem quem diga por aí que não tem bicho mais esperto e sensível pressas coisas
de energia que fica pairando no ar do que passarinho, não tem não senhora, tem
não senhor! E daí que aquela animação
espaventosa toda do
Tuninho, aquele alvoroço todo causado no ar pela sua alegria em dia de pegar
passarinho, acabava que alertava a passarada toda pro risco da captura iminente
e daí que, então, os bichinhos debandavam tudo, arredando pra bem longe de onde
quer que o grupo se achegasse naqueles dias, mesmo que se achegassem, todos e
cada um, muito de mansinho... Tinha jeito não...
Pois que era coisa muito certa mesmo aquilo: toda vez que Tuninho
ia junto mais o grupo apanhar passarinho, voltavam todos frustrados do malogro,
que nenhum passarinho, nenhunzinho só, nem nadica de bichinhozinho nenhum eles
conseguiam capturar não! A gurizada mais novinha já caçoava do coitado,
zombeteava de ele ser pé frio, e os mais experientes, zangados por demais com a
desventura daquelas investidas, reclamavam pro tio dele, que assim não podia
ser, que não podia, não senhor, que Tuninho ficasse, que não seguisse no grupo mais não, que Tuninho, quando ia, estragava era tudo!
O tio sabia que os meninos
tinham razão, mas tinha era muita dó de deixar o Tuninho pra trás, pois que
sabia o tanto que o menino era encantado com passarinho e o tanto que queria
aprender os artifícios de passarinheiro e que, ainda por cima, perigava era de
ficar mesmo muito magoado, o Tuninho, de ser deixado pra trás. Mas precisava mesmo de
arrumar um jeito de deixar o sobrinho de fora das caçadas... E arrumou.
Chegou
um dia dizendo pro Tuninho que tinha um serviço muito importante pra ele e que,
se o menino queria mesmo aprender a caçar passarinho com maestria, tinha que
conhecer as bases do saber e tinha que ter a mão boa e jeitosa pra reparar u'a
gaiola e montar u'a arapuca, por exemplo, e que, então, daquela vez, ele
ficaria fazendo o importante serviço, que era montar u'a arapucazinha, como se fosse
lição de casa, pro tio ver depois, e que isso era serviço de grande importância
mesmo e de paciência e...
Afe! Que Tuninho logo notou
que a arapuca estava armada era pra ele! Conversa fiada do tio! O tio, muito
paciente, tentava explicar que era importante sim, mas o menino não aceitava
aquilo não... E foi aumentando de intensidade a querela, o Tuninho, conforme o
tio ia se mostrando impassível na resolução. De primeiro, resmungou, fez
beicinho, chorou... De depois, chorou aos berros, esperneou, bateu o pé, fez
pirraça, malcriação... Ficou tão bravo, mas tão bravo, o Tuninho, que té xingar, xingou! Disse que o tio
metesse arapuca e ferramentas e tudo o mais em certo lugar que nem me atrevo a
repetir aqui, que me causa pudores!
Mas... Gente!... Que isso
era coisa mesmo muito séria, viu? Que criança, naquela época, não xingava não!
Era u'a quebra de modos que mãe nenhuma nem pai nenhum haveria de aceitar, mas
de jeito nenhum! E daí que a mãe do Tuninho, Dona Beré, quando ouviu o que
ouviu da boca do menino, ficou tão brava, mas tão brava, que deu u'a bela du'a coça no menino e, enquanto coçava, ralhava, ela, que era pro moleque deixar de atrevimento, se isso lá era a educação que ela dava pros filhos, que ele nunca mais haveria de envergonhar ela daquele jeito e que agora mesmo é que ele não ia mais a lugar nenhum, que ficaria no quarto de castigo e que agradecesse ainda de ela não fazer o moleque mastigar u'as pimentas e engolir! O tio ficou triste e acabrunhado por demais,
que não carecia de Berenice bater no menino, fizesse aquilo não, pelo amor de Deus, Beré, que dava té um remorso no tio!...
Mas que, daquela vez, pelo bem ou pelo mal, a coisa ficou, por assim dizer, resolvida daquele jeito, né? E o tio, no fim das contas, saiu mais a meninada sem o Tuninho...
Mas que foi um chororô
naquele quarto aquele dia inteirinho! Mas que não era nem propriamente pela surra tomada, não! Era de não ter seguido com o tio pra apanhar passarinho! E chorou tanto, mas tanto, o Tuninho, que,
por fim, acabou caindo no sono, exaurido, com a cara toda amarfanhada em caramunha de
choramingo. Dona Beré não se abalou e, embora o coração se espremesse todo no peito, de ver o menino tristonho e choroso daquele jeito, mante-se impávida e firme no
propósito do corretivo: que servisse pra ele refletir e se arrepender do feio
que fez!
No dia seguinte, acordou se ardendo em
febre, o Tuninho, com espasmos e tremor de calafrio, choramingando baixinho que
gostava tanto de passarinho, gostava tanto de passarinho..., fazer arapuca
coisa nenhuma não, que queria era pegar passarinho, pegar passarinho... Já lá
se ia bem pr'uns 3 dias acamado assim, resmungando daquele jeito e se ardendo
em febre, quando finalmente chegou um velho curandeiro de grande valia que foi
chamado de vir dum arrabalde de cidade vizinha mor de rezar o Tuninho - que Dona
Beré, agora já bem aflita e de coração na mão, tinha ouvido falar do velho e tinha fé
que pudesse ajudar...
O
velho pediu que Dona Berenice ficasse junto mais ele durante o benzimento.
Disse que ela devia de pedir a Deus pelo filho também, que não se fiasse só na
reza dele, não, pois que prece de mãe é tão forte, mas tão forte, que se amplia
ecoando nos Céus e tornando cá na Terra em forma de graça na vida dos filhos -
té mesmo depois da morte! Ave-Maria-meu-Deus! E que ela não duvidasse,
não senhora, daquilo que ele dizia, pois que o que dizia era caso
sucedido de verdade assim mesmo, sabe? Desse jeitinho, assim mesmo...
O
Tuninho, tadinho, daquele jeito, né? Se tremendo todo, o bichinho, resmungando
coisas sobre passarinho, aqueles dias todinhos!... O velho, então, se
aprochegou da cama do menino e segurou com as suas mãos firmes e enrugadas a
cabeça do pobrezinho e, daí, começou u'a benzeção baixinha, balbuciada feito
que nem se fosse um cochicho, mas que ressoava naquele quarto inteirinho... A
mãe, tão aflita, coitada, mas também por demais comovida com as palavras do
velho sobre o poder da prece du’a mãe, rezava também, de pé, num canto do
quarto, atenta a tudo... Dali um pouco mais, o Tuninho foi parando de tremer de
bocadinho, de bocadinho..., cessou finalmente a matraca e foi serenandinho,
aquietandinho, e começou um
suadourozinho de leve, de repente, já adormecido, feito se um anjo tivesse
entoado u’a canção de ninar ali... Tinha no rosto, vermelho ainda do ardido da
febre, agora u'a feição suave e entregue, de menino que adormece sabendo-se em
proteção...
O
velho vergou o tronco, com a dificuldade comum a um homem já tão velho, mor de
poder chegar pertinho do ouvido do menino e, então, balbuciou alguma coisa mais
que Beré não pôde entender. Parecia conversar com o Tuninho, bem baixinho,
mesmo o menino adormecido... Por certo haveria de ser alguma última prece pra
finalizar o benzimento, pois que, depois disso, o velho levantou-se devagar e
fez o sinal da cruz três vezes no menino com um atado de folhas perfumosas como
o quê! Disse à Dona Beré que o mau já havia passado e que Tuninho acordaria já
bom e como novo no dia seguinte, que ela despreocupasse agora... E cobrou dela,
por fim, a paga já combinada de prévio: u'a garrafa de pinga. Mas que Dona Beré
não pensasse mal dele, que não era pra ele, não senhora, viu?...
Caso
é que, no dia seguinte, o tio do Tuninho chegou de mais uma daquelas investidas
passarinheiras com um presente pro menino: um saíra-sete-cores macho - que o
macho tem as cores 'inda mais lindas! Caiu na arapuca, o bichinho, mas não
tinha grande valor não, porque é bicho que canta mal, mas tem u’as cores tão
vistosas e alegres e bonitas que o tio entendeu de levar pro Tuninho, tadinho,
mor de lhe fazer um agrado e tentar corrigir a desfeita. Mas... Eita, o
cabrunco! Passarinho mais danado de bonito que só! Sete cores que nada! O bicho
tinha era pra mais du’as mil cores! Uma belezura de dar gosto de ver! E a
alegria do Tuninho ao ver o bichinho?! Minha Nossa Senhora! E que coisa mais emocionante que foi
ver também o brilho radiante nos olhos de Dona Berenice, quando seu menino saiu saltando
assim da cama, todo serelepe em algazarra, esbanjando alegria, esbanjando
saúde, esbanjando vigor de menino! Tinha sarado, o seu Tuninho!
O
que ninguém sabe direito é se Tuninho melhorou mesmo foi por obra da reza do velho
ou se por efeito do presente do tio, que foi inegável a alegria do menino
quando viu o saíra! Ou, ainda, se sarou sozinho mesmo, né? Pois que, depois de
3 ou 4 dias, essas maleitas sem razão costumam mesmo é ir-se embora sozinhas,
todo mundo sabe disso, né não? Ora... Mas que ninguém levantasse suspeita du’a
coisa dessas em presença de Dona Berenice, se a doença foi-se embora sozinha ou
se foi o presente do tio que sarou o menino, pois que ela haveria de defender
com toda fé que foi a reza do velho! (Que, agora, no seu coração, ela sabia ter
sido reforçada também pelo peso de sua prece de mãe)... Mas o fato sucedido, de
verdade, e que não deixava margem pra dúvida a ninguém, é que o menino,
finalmente, estava bom!
O tio explicou que aquele saíra era bem novinho ainda, que
isso se podia notar pelo tom das penas e pelos pezinhos, pouco
enrugadinhos, e que um saíra bem cuidado vive pra perto duns trinta anos, de
modo que, se cuidasse bem do bichinho, o Tuninho - e era pra cuidar muito bem -
aquele passarinho haveria de ver o menino virar um homem já em bigodes!
Pois
que virou u'a verdadeira paixão na vida do Tuninho, aquele passarinho. E que
ele nem birrava mais de não seguir em outras caçadas mais o tio e o resto da
meninada, nem se importava de ir não! Ah, mas se o tio soubesse, teria arrumado
um saíra antes! Que agora o Tuninho queria mais era passar o dia inteirinho
‘garrado na gaiola, conversando mais o bichinho... E dando comidinha, trocando
a água e admirando a belezura toda do seu saíra. Mas como era lindo aquele
saíra!
Conversava
todo santo dia com o bichinho. E limpava a gaiola, soprava casca de alpiste pra
fora da cumbuquinha, punha mais, trocava a água, pendurava novas frutinhas no
ganchinho que pendia pra dentro... Todo santo dia, fizesse chuva ou fizesse
sol... Um tal zelo e dedicação por parte do Tuninho, que nem seria exagero
dizer que aquele saíra tinha vida era de príncipe!... No comecinho, Dona Beré pensou se tratar de fogo de palha,
aquele cuidado todo, e que, u'a vez passada a surpresa da novidade, sobrariam pra ela as obrigações pra com o bichinho, mas não... O tempo foi passando, foi
passando e Tuninho, a bem dizer, agora já quase um rapazinho, continuava dando
todo amor pr'aquele passarinho.
Dava tanta atenção pro bichinho
que, com o tempo, passou a notar como andava tristinho o seu piar... E, depois,
com mais tempo, nu'a certa vez que pôde reparar bem fundo nos olhinhos do
bichinho, viu também que seu saíra guardava u'a certa tristura... Foi se
encafifando com aquilo, o Tuninho... Que alguma coisa estava errada, muito
errada, naquela história, sim senhora, sim senhor... Que como é que podia u'a
coisa daquelas? Se ele gostava tanto do bichinho, se era seu melhor amigo, se
limpava a gaiola todos os dias, trocava a água, dava comidinha, conversava
tanto com o bichinho, amava tanto aquele saíra, fazia té carinho no cocuruto do
bichinho! Mas então, qual seria o motivo de tanta tristura no seu saíra?
Passou
a amofinar o juízo com aquilo, ensimesmou-se... E terminou por concluir que o
bichinho devia de achar a vida u’a coisa bem manca e desimportante, trancafiado
naquela gaiola... e que, por mais que Tuninho cuidasse, por mais que Tuninho o
amasse...
Pensando nisso, se alembrou
que o saíra foi presente do tio, daquela vez que, molequinho ainda, fez
malcriação e caiu doente e que, naquela ocasião, um homem velho, cheirando a
beira de rio em flor, feito que nem se fosse em sonho, fez ele se sentir tão
bem e disse u’as coisas tão bonitas sobre o amor no ouvido dele...
Afe-Maria!
Que Tuninho
estremeceu só de lembrar as palavras do velho e que o coração dele se apertou
sobremaneira e que a garganta travou de sufocar e que os olhos marejaram de
tudo embaçar, que era como uma paulada na moleira aquela lembrança assim,
tão forte, tão repentina, as palavras do velho todas, uma a uma, muito claras agora, de repente, e caindo que nem u'a bomba no seu juízo e no seu coração, sobre o gesto mais bonito do amor! Pois que estava muito claro
agora o motivo da tristura do seu saíra! Tuninho compreendeu! E que, naquela mesma hora que alcançou entendimento de tudo, foi
que, de onde mesmo que ele estava, que trabalhava ajudando Seu Délço na
vendinha da praça, o Tuninho saiu foi desembestado, pulando caixote de fruta,
correndo por viela, trombando gente e bicho pelo caminho, com o coração na mão,
o Tuninho! As pessoas acharam que tinha endoidecido, o Tuninho Passarinho! Onde
esse moço vai nessa sangria desatada toda??
Corria
era pra casa. Chegou esbaforido, aturdido, já mal segurando o choro, e foi direto
pra varanda dos fundos pegar a gaiola do saíra. Dona Beré veio depressa da
cozinha, afrontada de preocupação, mor de ver o que é que estava acontecendo
com o filho. Seguiu o moço até o terreiro e chegou a tempo só de ver quando ele
abria a portinhola da gaiolinha, erguida acima da cabeça, os braços, trêmulos, estendidos
como que a apontar pro saíra a direção das árvores. O saíra ainda se demorou um
instante, mas... entendendo a ocasião, de repente, avoou faceiro e foi sumir na copa do
araçazeiro...
Desabava em choro,
agora, o Tuninho, mas era de soluçar! Feito que nem se fosse o menino
d'uns... 8 anos atrás! Berenice ofereceu o que de melhor tinha pra oferecer
naquele momento: seu colo ternuroso e infinito de mãe, ninho farto de amor e
aconchego... Ficou abraçada mais o filho té que cessasse o choro do menino -
sim, que nessas horas (e noutras também) ele era sempre-sempre o seu menino...
De certa forma, ela sabia a dor do filho, pois que intuía tão bem que
sentimento era aquele que arrebata o peito ao se abrir a porta pra deixar
partir, assim feliz, a quem se ama.