Informação importante: as vendas das coisicas aqui expostas ainda disponíveis na Lojinha estão suspensas temporariamente.

25 de agosto de 2022

Bolo de chocolate e avelãs - só 3 ingredientes!!! (Sem farinha, sem manteiga e sem açúcar!)


Taqui um bolo que dá pra fazer de cabeça, sem precisar ficar checando a receita no caderninho a cada ingrediente agregado, porque (né?...) ele leva só 3 ingredientes!!! Chocolate em barra derretido, avelãs trituradas e ovos batidos. Sóóó!!! (Nem fermento vai!) Mistura-se tudo, leva-se ao forno e pronto!

Mas que bolo é esse?? Será que dá certo?? - Foi o que fiquei me perguntando por muito tempo quando vi essa receita, muuuuuitos anos atrás, no antigo (e delicioso) blog Chocolatria, da Simone IzumiNa ocasião, intrigadíssima e curiosa, copiei a receita pro meu caderninho pra "experimentar qualquer hora dessas", mas "a hora" nunca chegou e a receita ficou esquecida por longos anos (bota aí bem uns 10 anos, sem exagero!)... Cheguei a mudar de caderninho (de casa e até de Estado!) e passei a limpo todas as receitas que já havia provado e aprovado, deixando as demais receitas pra verificar depois e depois... e depois... Apenas agora, passados taaaantos anos, eu voltei a pegar aquele velho caderno pra dar um confere e checar o que mais faltava experimentar e, quando bati o olho nessa receita, agora, eu pensei - respondendo ao que havia me perguntado anos atrás: mas é claro que dá certo!!! 

Hoje, tantos anos (e receitas) depois, reconheço neste bolo um inegável parentesco com a divina, perfumadíssima e muito-fácil-de-fazer Torta Piemontese (♥), uma deliciosa iguaria típica da culinária do norte da Itália que leva apenas ovos, avelãs trituradas e açúcar. Mais nada!!! (Já mostrei como fazer dela aqui). A diferença entre a Torta Piemontese e este bolo de hoje é que, no preparo deste, nem fermento vai e, em vez do açúcar daquela, aqui vamos de chocolate. Também o resultado final, quanto a textura, será diferente nessas duas tortas, o que explicarei ao final deste post.

Tá... mas não se deixe enganar! Embora não leve farinha, manteiga, nem açúcar nem fermento, esse não é exatamente um bolo que possamos chamar de saudável (exceto pelo fato de que ele faz bem, sim, pra alma! rs), porque o chocolate presente na massa aporta gordura e açúcar mais que suficientes para gente precisar moderar bem a gula diante dele, viu? 

Mas... vamos à receita! Anota aí no seu caderninho e faça o favor: não leve tanto tempo, como eu, pra experimentar desse pecadinho, ops!, dessa gostosura! =)


Bolo de chocolate e avelãs - só 3 ingredientes!

"Meio-primo" da Torta Piemontese, esse bolo leva só 3 ingredientes! ♥


Ingredientes:

- 350g de chocolate ao leite* 
- 1 xícara de avelãs moídas, previamente tostadas e sem pele. (Veja no pré-preparo desta receita aqui, as dicas para tostar avelãs em casa)
- 4 ovos grandes.

* Eu usei 4 barras de chocolate, sendo 3 de 90g e 1 de 85g, somando ao todo 355g - deu certo. Substituí também metade do chocolate ao leite por meio amargo, para adequar o "teor de doçura" da receita ao paladar aqui de casa. 


Ovos, chocolate derretido e avelãs trituradas - e só!!


Modo de fazer:

Pique os chocolates e derreta em banho-maria. Reserve.

Triture avelãs num mixer, em quantidade suficiente para obter 1 xícara de "farinha". Reserve. 
Obs.: não triture muito as avelãs, para evitar que elas soltem óleo e a farinha aglutine. Ademais, uma farinha com alguns grânulos é até bem-vinda ;)

Bata os ovos até dobrar o volume. Junte a farinha de avelãs e misture. Junte o chocolate derretido e misture. Pronto! Mais fácil que isso não tem, né?



Transfira a massa para uma forma untada com manteiga e polvilhada com chocolate em pó. Leve ao forno preaquecido em temperatura baixa (180ºC), por 35 minutos. Não deixe cozinhar muito para não ressecar. A ideia é ter um bolo sequinho por fora e úmido por dentro. Para isso, fique de olho no seu forno e, antes de apagar, dê uma tremidinha na grelha e observe se a massa está firme em volta e úmida no centro. Essa é a hora certa de tirar do forno!

♥♥♥

No primeiro dia, se servido ainda quentinho, o bolo fica bem molhadinho, ligeiramente granulado, leve e fofo. É como eu prefiro. Depois de frio, sua massa permanece úmida e fofa, mas ela perde a "granulosidade" (meu Deus, dai-me léxico em culinarês!) e se adensa, ficando mais "compacta" e lembrando um pouco uma espécie de "fudge" ou um "fondant", só que macios (nisto, uma diferença para a Torta Piemontese, que permanece "granulosa") e o chocolate fica mais preponderante, dando a impressão de que você está partindo ou mordendo, não uma fatia de bolo comum, mas uma espessa e muito tenra barrona de chocolate! É, definitivamente, um bolo para os chocólatras incorrigíveis e chocoloucos inveterados de plantão! ♥ ♥ ♥

=D


Se você gostou deste post, então periga gostar desses aqui também...



15 de agosto de 2022

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Três receitas com espinafre! :P


Amooo... ♥


Quando criança, eu era muito chata pra comer e torcia o nariz pra muita comida boa - mesmo antes de  provar! Nota: "mesmo antes de provar" é pura força de expressão porque, de fato, eu não provava nada que já tivesse condenado - e pra condenar qualquer alimento, bastava que eu não fosse com a cara dele ou achasse muito esquisito seu nome. Pronto, não tinha conversa.

No quesito "comida feia" marcavam presença a berinjela, o inhame, o quiabo... Já no quesito "nome estranho", estrelavam o rabanete, a beterraba e, novamente, o quiabo... Sim, alguns alimentos figuravam em mais de uma categoria de proibições. O quiabo, além dessas duas mencionadas, ainda elencava a de "textura pavorosa", junto, aliás, do inhame, outro que aparecia em muitas categorias... 

Eram muitas as limitações, e um alimento deveria cumprir uma série de requisitos para ter a graça da minha simpatia gustativa. A 'coisa' não poderia ser "paposa" ou gosmenta, mas a crocância de uma cebola tampouco era tolerada; não poderia ter cor "berrante" ou "cheguei", mas a coloração pálida da batata doce era igualmente rechaçada; não poderia ser amarga e, em se tratando de comida, em hipótese alguma deveria ser doce! Com essa infinidade de quesitos proibitivos, excluía-se quase tudo de nutritivo (para desalento de mamis)...

Mas nenhum alimento era tão temido quanto a abominável, indigesta e nauseante minhoca - uma larvona grande e gorducha com riscos anelados, qual um congolo pálido e inchado que, um pouquinho mais velha, apurei os ouvidos e compreendi se tratar do gnocchi !!! (ou nhoque mesmo), rs...

 Gnocchi feito em casa. Desfeito o quiprocó, hoje eu adoro o prato que, na infância, achava que era feito de minhocas! ;)

Pra não dizer que não salvava nada, eu até gostava de uma couvezinha à mineira e gostava muito, mas muito mesmo, de abobrinha (também, pudera! Com um nome fofo desses! rs).

E o espinafre estava lá nas categorias de amargosidade e feiura, mas com conversa e jeitinho, mamãe me convencia a comer um pouquinho, afinal, não era tão terrível como parecia... (e não chegava a ser insuportável, principalmente se comparado à asquerosa "minhoca"!)...

Ainda bem que essa fase enjoada com comida ficou lá pra trás! Hoje eu como de tudo, adoro experimentar novos pratos e inventar combinações de ingredientes, sabores e texturas, e posso dizer que muitos dos alimentos que me faziam torcer o nariz na infância, hoje eu como com gosto! O espinafre é um belo exemplo disso! Amo! ♥

Mas nem toda percepção da infância foi superada e preciso confessar que preservo ainda algumas implicâncias, é bem verdade... Essa coisa de doce na comida, por exemplo, ainda me embrulha o estômago... De batata doce e abóbora, portanto, ainda preciso manter uma distância segura... Vivo bem melhor sem elas!

Ok. Também não precisamos gostar de tudo nessa vida, não é mesmo?

Mas, ora! Deixemos de prosa e vamos aos pratos! :)



Antes, porém...

Antes de falar dos pratos em si, tem o preparo do espinafre, né? Se lavar, cozinhar no vapor, picar e refogar espinafre não é novidade pra você, então rola a barra até a primeira receitinha, mais abaixo. ;) 


Higienizar:
Deixe o espinafre de molho numa bacia com água misturada a uma tampinha de água sanitária por 15 minutos. Escorra a água e lave o espinafre sob água corrente. 


Cozinhar no vapor:
Após lavar, cozinhe o espinafre no vapor por 5 a 7 minutos, 10 minutos no máximo (a depender da quantidade). Se você não tem panela de vapor, disponha o espinafre numa panela bem grande com uma colher (sopa) de água no fundo. As próprias gotinhas que ficam no espinafre após a higienização, também vão ajudar a formar o vapor pela panela (que precisa ser grande, pra deixar o ar circular dentro). Tampe a panela e deixe em fogo entre brando e médio até que as folhas percam parte do volume. Se for muita quantidade, após a primeira "murchada", mexa um pouco o espinafre na panela para que cozinhe tudo por igual e deixe mais um pouco. O espinafre vai "murchar" (perder volume) e ficar com um verde intenso, vívido e brilhante e suas folhas e talos permanecerão crocantes. Apague o fogo e deixe esfriar.



Picar:
Após cozido no vapor e já morno ou frio, esprema o espinafre com as mãos para retirar o excesso de líquido. Sairá um caldo verde escuro. Não jogue fora este caldo, aproveite-o no feijão, no cozimento do arroz, na sopa ou na massa de pães caseiros ;)

Pique grosseiramente o espinafre, aproveitando os talos! Descarte apenas aqueles pedacinhos de talo que não estejam "croc" e que resistam ao corte da faca, aí sim, esses pedaços vão pro seu baldinho de orgânicos ou composteira ou poderão servir de ingrediente para fazer uma "vitamina-adubo" para plantas ;) Para facilitar o processo de identificar talos bons e pedaços a descartar, sugiro separar folhas e talos e picá-los em separado, depois pode juntar tudo outra vez. ;)



Refogar:
Numa frigideira com azeite, frite alho e cebola picados e junte sal a gosto. Espere a cebola "esmaecer" um pouco (ficar levemente transparente) pra perder aquele "croc" ardido. Só então junte o espinafre. Como ele já foi cozido no vapor, basta saltear por 3 minutos. A quantidade de cada coisa vai depender do gosto de cada um. Geralmente, para o volume de 1 prato raso de espinafre já cozido e picado, eu uso 1/2 cebola grande e 2 dentes de alho.


Obs. importante: você não precisa necessariamente passar o espinafre pela etapa do vapor. Depois de higienizado, você pode picá-lo grosseiramente e refogá-lo imediatamente. A dica de aproveitamento dos talos serve igualmente neste caso. Refogue o tempo suficiente para ele murchar um pouco e ficar com coloração verde vívida e intensa. Fica uma delícia! Um sabor intenso e maravilhoso! Poréééémmmm... observei que a mim o espinafre apenas salteado, sem cozimento prévio, costuma causar muita azia (uma pena!), por isso eu sempre passo pelo vapor, mas não é uma etapa obrigatória ;)

Bem, esse é o preparo básico do espinafre e é a partir desse refogadinho (com ou sem cozimento prévio, a depender do estômago de cada um, rs) que vamos fazer as receitas a seguir ;)


Refogadinho de espinafre e ovos

"Boniteza não põe mesa"... Bonito não é, mas é gostoooso! :P

Essa eu aprendi com mamis, que costumava usar chicória ou bertalha em vez de espinafre - e ficava mega delicioso, embora naquela época eu comesse fazendo esforço, rsrs...

Esse refogadinho com ovos é a mais simples das receitas de hoje! Sabe a base refogadinha que acabamos de ver ali acima? Pois então, com o fogo ainda aceso, quebre alguns ovos por cima, salpique sal, pimenta ou outros temperos do seu agrado, tampe a panela e deixe cozinhar em fogo médio até que os ovos estejam no seu ponto favorito. É rapidinho, mas isso também vai depender do tamanho da sua panela, então, dá uma conferida com um garfo pra sentir o ponto das gemas antes de apagar o fogo. ;) 


Sirva aos pedaços, com arroz e feijão, por cima do angu ou acompanhando aquela carne suculenta de panela. Bonito, bonito, não é, mas, gente, fica uma delícia!

Básico, fácil, saboroso e nutritivo! ♥



Quiche de espinafre, nozes e queijo de cabra ♥

Taí uma combinação de ingredientes que é a própria perfeição! Espinafre refogado, nozes e queijo de cabra - parece que nasceram uns para os outros e, juntos, para nosso deleite! ♥

Essa mesma mistura eu também uso para rechear massas caseiras (sorrentinos e ravioles - amo!), que sirvo com molho de tomate caseiro e simples. É de comer rezando! ♥♥♥

Para a quiche, faça a massa e o creme conforme receita que já publiquei anteriormente, numa ocasião que fiz quiche de alho poró (veja aqui). O que muda é o recheio da montagem: sobre a massa, coloque uma primeira camada de queijo de cabra ralado, por cima, coloque uma camada de espinafre refogadinho. Espalhe mais pedacinhos de queijo picado por cima e nozes quebradas (como na foto abaixo) e, por fim, despeje o creme por cima de tudo, com cuidado. Leve para assar em temperatura alta por mais ou menos 30 minutos ou até que o creme esteja consistente e levemente dourado. 


Etapa da montagem com nozes e queijo de cabra e, ao lado, a quiche pronta.
Um prato de presença - e de lamber os beiços! ♥


Arroz com espinafre, nozes, gergelim e atum

Essa é uma invenção meio maluca minha, de uma ocasião em que eu estava muito "pistola"... Aqui em casa não temos o costume de jantar, mas quando eu bolei esse prato maluco, muitos anos atrás, eu tinha tido um "dia de fúria" (leia-se TPM com muita ansiedade e inquietude) e eu estava chegando em casa varada de fome, depois de um dia cheio no trabalho e de uma sessão de pilates que eu me obriguei a ir. Naquele dia eu precisaaaava COMER, me fartar de comer!!! Era fome física e fome emocional, tudo junto! (E quem nunca??)

Reconhecendo que estava numa TPM braba daquelas, garimpei tudo o que tinha em casa e que, dizem, teria propriedades "anti-TPM". Ômega 3, magnésio, vitamina E, ferro, fibras... Traduzindo: atum, nozes, gergelim, espinafre, cebola, azeite, rs... Refoguei tudo, juntei um arroz integral cozido de véspera que estava na geladeira e montei meu prato. Gente! Comi com um prazer i-ne-nar-ráááá-vel! E repeti! 

Sem mistério: ao refogado de espinafre, junte 1 lata de atum,
arroz cozido, nozes, gergelim, finalize com um
filete de azeite, misture tudo e seja feliz!

Tudo bem, vamos dar o desconto que, na situação limítrofe em que eu estava com aquela TPM9 (TPM elevada à nona potência), minhas emoções e reações a qualquer coisa estavam exageradas (para o bem e para o mal) e isso pode ter aumentado também o meu deleite diante desse prato, mas... por via das dúvidas, eu tornei a fazê-lo em casa e passei a prepará-lo de vez em quando e, com ou sem TPM, continuo achando esse prato uma delícia! Até marido me acompanha com gosto (ele, que não tem TPM, rs)... O sabor do atum, o "croc" aconchegante das nozes, os sabores do espinafre e do gergelim, o perfume do azeite... Tudo junto num prato leve, saboroso e...  "curativo", eu diria ;)

Naquela noite, matei as fomes (a física e a emocional) que me aplacavam e serenei a inquietude de um dia inteiro num prato que me caiu beníssimo, tive um final de dia sussa e dormi com os anjos, saciada e em paz! rsrs...

Meu arroz maluco "anti-TPM"...
Placebo ou não, o prato é leve, saboroso e "apaziguador" ♥

* * *


Gostou deste post? Então periga gostar também desses...