10 de março de 2018

Coisicas Artesanais - Um "tipo-estandarte" do Divino


Alguns anos atrás eu andei fazendo uns "tipo-estandartes" com Divininhos aplicados a bases retangulares de palha (que, se não me engano, havia comprado como "descansos" para servir à mesa).

À época, eu fiquei com um projetinho muito fofo por fazer, porque meus "descansos" (então usados como base de "estandarte") haviam acabado e eu procurei-procurei, mas... Nunca mais encontrei do jeitinho que eu queria...

Recentemente, encontrei um joguinho de descansos muito bonito - um desbunde de lindo, mega alegre e colorido! Não é como o que eu buscava e nem pude fazer (ainda) o tal projetinho fofo - que exige cores suaves e permanecerá guardado na 'caixola', aguardandinho a ocasião certa... 

Em compensação, me foi possível montar esta belezinha que, além de fofa, traz elementos de diferentes cantos no Brasil.

Coisicas Artesanais - Simone dos Santos

Descrição: "Estandarte" montado sobre descanso de panela feito de fibra de bananeira (adquirido da ARTEMIRA - Associação de Artesãos de Miracatu - SP), com aplicação de renda frivolitè (adquirida numa barraquinha do Maranhão, numa feira de agricultura familiar ocorrida no Rio de Janeiro muitos anos atrás) e um pombinho de madeira (comprado mais recentemente em Tiradentes, MG). Vamos combinar que essa pecinha aí é praticamente um "mix Brasil", né não? ;) Sai a R$ 50,00 + frete.

Atualizado em fevereiro de 2020: "tem mas acabou", a pecinha acima foi vendida.

Fica triste não, tem outras coisicas fofas pra você na Lojinha ... Espia lá! ;)

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18 de fevereiro de 2018

Coisicas Artesanais - Porta-momento-feliz ou Moldura pra tua mais fofa foto ;)

Com perdão do quase cacófato - não resisti ;P



Hoje venho publicar 3 porta-retratos.

Há uns anos imaginei fazer um projetinho pro mural de fotos da minha casa, um projeto em que eu pudesse replicar um poema da Camila Lordeli, que cria "poesia nas coisas" no seu Eulíricas... Nunca cheguei a concluir o projeto e ele não chegou a interagir com as fotos de viagens espalhadas pela parede-mural da minha antiga morada. Outras viagens vieram, novas fotos foram agregadas, algumas voltaram pro álbum, me mudei de casa, as fotos e o mural também... E o projetinho caiu no esquecimento. Mas não a beleza daquele poema. Esta permaneceu.

E agora eu tomo a liberdade de (aproveitando que estamos falando de fotos, de porta-retratos e de momentos que queremos guardar com carinho) citar o poema da Camila...

"Para que tenhamos o que fomos
e eternizemos o que nos seja breve
guardemos bem
meu bem
o que somos
para que o tempo não leve"
Camila Lordeli - Eulíricas

Lindo, né? ♥ ♥ 

Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
Romantiquinho... (VENDIDO)


Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
Barroquinho...

Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
Fofo! (VENDIDO)

Descrição: Os três porta-retratos são de MDF, com placa de compensado no fundo e vidro para proteger a tua foto. Servem para fotos 10x15, ok? Todos têm furos no verso que permitem serem pendurados na vertical ou na horizontal (o que não serve muito pro último deles, por conta da posição dos corações). Saem a R$ 27 cada + frete. Se você gostou e quer comprar algum, entre em contato comigo pelo e.mail abaixo e a gente combina pagamento e entrega ;)

coisicas.artesanais@gmail.com


Atualizado em maio: agora só resta o "barroquinho", porque os demais já foram vendidos ;)
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9 de janeiro de 2018

Entrevista com Felipe Callipo


Oba! Mais uma entrevista aqui no Coisicas! Adoro! :)

Acho que já disse aqui o quanto eu curto de montão essa sessão de entrevistas, né? Sim, porque é uma oportunidade muito bacana de conhecer um cadiquinho mais o artista por trás da obra e a pessoa por trás do artista...

Felipe Callipo é uma pessoa e um artista que eu admiro muitíssimo! O artista, que faz um trabalho belíssimo e conscientemente representativo da produção barroca ocorrida no Brasil nos tempos de colônia, eu já mostrei em outro post - leia aqui.

Agora vos convido a conhecer também a pessoa, "o cara", o Felipe "figura", o jovem simpático, bom de prosa, espirituoso e acessível, ao mesmo tempo brincalhão e discreto... 

Já havia algum tempo eu estava "me devendo" (e ao Coisicas) tirar uma horinha para sentar com ele e ter essa prosa. E eis que chegou a ocasião!

Cosicas Artesanais - Felipe, onde você nasceu e em qual data?
Felipe Callipo - Nasci em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo, no dia 16 de setembro de 1978.

C.A. - Quais eram suas brincadeiras preferidas na infância?
F. C. - Era só futebol.

C.A. - Só futebol??
F.C. - Só, rs.

C.A. - Bola de gude, pipa... nada?
F. C. - Só futebol, rs...

C.A. - Rs... Tá... Nessa época você já tinha contato com o barro, certo? 
F.C. - É, porque eu aprendi a fazer com o meu pai, então, né... rs

C.A. - Sim... Aliás, o teu pai é um cara que eu também quero "trazer" aqui no Coisicas um dia, pra  mostrar o trabalho dele... Tô me devendo mais essa, rs... Bem..., na infância, você pensava em se tornar o quê quando crescesse? Ser escultor, assim como o teu pai, passava pela tua cabeça?
F.C. - Não. Eu sempre pensei em ser advogado, mas aí não tive dinheiro pra fazer a faculdade, aí eu fiz química, rs... Mas também não queria trabalhar em fábrica, porque eu sou meio preguiçoso, rsrs... Aí fiz artes, aí nas artes deu certo! rsrs...

C.A. - Ufa, ainda bem! Rsrs...  Então você fez escola de artes?
F.C. - É, fiz faculdade de artes. Porque o meu pai dava aula numa faculdade e porque ele falou que se eu queria ser um artista eu tinha que ter uma formação.

C.A. -  Humm... Você cresceu vendo o trabalho do teu pai e também já criava as tuas próprias peças e, então, veio a faculdade... Você acha que o aprendizado acadêmico mudou alguma coisa no teu modo de fazer as tuas peças?
F.C. - Não. Só que eu comecei a valorizar mais o popular... Eu gostava muito de arte renascentista, ah! Aquelas coisas maravilhosas, gigantes! E eu comecei a valorizar o popular. Mas foi participando e vendo e indo em museu... E hoje eu dou muito mais valor ao popular que ao erudito.

C.A. - Curioso, isso... Porque é muito comum ocorrer o oposto, né?... Que, após passar pela academia, alguns olhares releguem o popular a segundo plano ou o considerem "coisa menor"...
F.C. - Ah! E como eu posso?? O popular é a minha base, eu nasci no meio disso, faz parte da minha vida!

C.A. - É mesmo... E é muito interessante esse teu relato... Porque mostra a força cultural que o meio em que estamos inseridos exerce sobre nós, moldando nossas preferências, influenciando nossas escolhas, nossos modos de expressão (moralmente ou esteticamente)... E, vem cá... Quando vc se deu conta de que isso era "pra valer", de que isso seria o teu trabalho?
F.C. - Ói, é... acho que... quando eu tinha uns vinte, vinte e poucos anos, que eu comecei de fato a fazer peças com mais afinco, pra vender...

C.A. - E as peças sacras? Em que momento você passou a esculpir santos? Movido pelo quê?
F.C. - Ah, desde o começo... Comecei fazendo Divino. Quando era moleque, fazia Divino Espírito Santo. Eu sou de Mogi das Cruzes, lá isso é muito forte...

C.A. - Mais uma vez a força do meio... ;)
F.C. - É... E porque vendia muito também! rsrs Aí, uma coisa junta com a outra... rs

C.A. - Rs, tá certo... Bem, a demanda não deixa de ser também uma força (e contundente!) do meio, rsrs... Felipe, é correto afirmar que a tua linguagem é barroca, né?
F.C. - É... Eu busco o barroco paulista.

C.A. - Por quê?
F.C. - Porque tá acabando, ninguém mais faz... Eu não conheço 3 pessoas que fazem isso que eu faço, e é triste isso.

C.A. - O que te inspira nas tuas criações artísticas?
F.C. - Deixar alguma coisa pro futuro, porque eu tô vendo que hoje ninguém tá deixando nada pro futuro... Se a gente não deixar alguma coisa... vai ficar feio daqui a alguns séculos...

C.A. - Como foi no começo?
F.C. - Nossa!... O começo é difícil! Na verdade é difícil até hoje! rs... Mas no começo é muito mais difícil... Pra vc conseguir achar uma linha de trabalho, se encaixar no mercado... É complicado. Depois que encaixou, vai embora, a coisa segue, mas até chegar aí... é difícil, viu?...

C.A. - Você considera que hoje já está "encaixado"?
F.C. - Ah, eu já tenho um certo conhecimento do que eu tenho que fazer pra me dar bem, então é tranquilo.

C.A. - Felipe, você tem alguma dica ou mensagem que possa deixar para quem está começando a trilhar o caminho da cerâmica e da produção artística de imagens sacras?
F.C. - Não desistir. Porque... Acho que quando faltar um pouquinho pra alcançar, assim, vai dar uma vontade imensa de desistir, mas é não desistir. Eu tive dois, três amigos que tinham um trabalho muito bonito e que desistiram. Fui no shopping e vi um desses caras trabalhando numa loja de vender celular... Me cortou o coração, porque é um "p...to" dum artista! O financeiro falou mais alto, ele teve que buscar uma fonte de renda, mas dói o coração, então, a mensagem é não desistir!

Já em "OFF", com o gravador desligado...
Simone - Poxa, Felipe, super valeu! Obrigadíssima! Demais da conta!
Felipe - Ué!... Era só isso? Já acabou??...
Simone - Cabô-ué! Cê tá pensando que isso aqui é programa de televisão?? Rs...
Felipe -  Ah! Eu achei que tinha mais! Rsrs...

Coisicas Artesanais - Entrevista com Felipe Callipo
Felipe se divertindo em breve pausa de 'poses-chacota' impagáveis (e impublicáveis, rs...) 
feitas para as lentes do Coisicas Artesanais, enquanto trabalhava algumas de suas peças.
Revelando São Paulo - SP, dezembro de 2017 - Foto: Dagô

Felipe, querido! Muuuuuuito grata por essa entrevista aqui para o Coisicas! Te admiro muitíssimo, muito mesmo! Tanto pelo teu trabalho, que é de tirar o chapéu e que, mesmo sendo "popular", está carregado de erudição (se me permite o atrevimento de tal comparação, rs), como pela pessoa bacana, simples, simpática e super acessível que você é! Muito agradecida! É uma grande honra ter você proseando aqui  conosco no Coisicas! :)

Que você continue construindo e trilhando esse caminho tão belo e de maneira tão consciente (tão sabedora do que quer!), buscando nas tuas raízes, nas bases da tua formação enquanto indivíduo e nas coisas que aprendeu com teu pai, os elementos de que precisa para transformar fé e cultura típicas da nossa identidade popular em verdadeiras Obras de Arte!
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8 de janeiro de 2018

Coisicas Artesanais - Quadrinhos de flores em madeira


Uns restos de tábua, uns tocos, ripinhas e flores em madeira, stencil, uma canção... Tintas,  cores, cera, pincéis, um quê de saudade e alguma inquietação...


"Para moças flores, janelas e quintais"
(Ponta de areia - Milton Nascimento e Fernando Brant)


Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
Flores numa janelinha estilizada... (pecinha vendida)


Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
Ainda flores... (pecinha vendida)

Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
...e mais flores!

Atualizado: a primeira e a segunda pecinhas já foram vendidas. Só resta uma!

Medidas e valores: esta última pecinha tem, aproximadamente, 10 cm x 15 cm, com 3,5 cm de profundidade e sai a R$ 30,00 (+ frete).   


Para maiores informações, entre em contato:
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20 de dezembro de 2017

Coisicas Artesanais - Plaquinha decorativa de Nossa Senhora da Humildade


Vocês conhecem Nossa Senhora da Humildade? Eu não conhecia até alguns anos atrás...

Para ser muito franca, não me recordo exatamente da ocasião em que vi uma dessas pela primeira vez... Sei que, a partir do primeiro "encontro" (possivelmente em algum museu), passei a me deparar (em vários outros museus) com muitas, inúmeras, dezenas destas representações cuja característica é, mais comumente, retratar uma Madonna sentada no chão, sobre um manto ou banqueta rudimentar - fato que denota a humildade que lhe estampa o título.

Bom, eu tenho as minhas manias... (E quem não?)... Uma delas é guardar folhetos e prospectos de exposições e museus - sempre que eles trazem impressões de imagens sacras que me tocam... Este aqui eu mantive guardadinho por muitos anos, até que me visitasse um impulso incontrolável de tirá-lo da gaveta e trazê-lo para o alcance dos olhos...

Esta Madonna, cujo original pintado sobre madeira se encontra no Museo Nazionale di San Matteo, em Pisa, na Itália, é de Gentile da Fabriano e possivelmente data de 1420-1423. Obviamente, por se tratar de uma colagem com a reprodução não comercial de uma obra tão importante (e que tampouco fora criada para este fim), a pecinha não está a venda. Será dada como um mimo a uma amiga super querida... ;)


Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
Madonna dell' Umiltà - Gentile da Fabriano

Descrição breve: colei o recorte da Madonna sobre papel cartão e apliquei sobre plaquinha de madeira bem fininha, onde tentei reproduzir os tons de fundo da peça original no intento de dar efeito de "continuidade" na sobreposição destas peças... Passei verniz fosco e arrematei com um ganchinho de arame "à la Demori". 


Madonnas



Na minha infância e adolescência a única Madonna de que eu tinha notícia era uma cantora pop que estourou nos anos 80, rs... Mas... muito antes daquela, já existiam outras Madonnas que eu ainda desconhecia... 

"Madonnas" são representações artísticas que, há séculos, retratam Maria com o Menino Jesus. Podemos "traduzi-las" como "Nossas Senhoras" (especialmente se retratadas com o Menino). Em algumas dessas representações encontramos a presença de elementos simbólicos da paixão ou da santidade de Cristo (um cardeal (o passarinho), uma fruta, uma cruz...), em outras também é bastante comum a presença de São João Menino...

Existem inúmeras dessas Madonnas espalhadas nos museus do mundo inteiro (sobretudo no "velho mundo", berço de um cristianismo-instituição) e retratadas sob os 
mais variados temas e títulos, alguns deles podendo parecer inusitados... "Nossa Senhora do Parapeito" (retratada por trás de uma janela apoiando seu Menino, de pé, sobre o parapeito), "Nossa Senhora do Leite" (retratada amamentando o Menino)...

Bem... devo confessar aqui que sofro de certa paixonite descompensada por essas Madonnas... Quando visito museus que têm salas dedicadas a essas representações, costumo ficar uma pequena eternidade diante desses quadros/telas/tábuas, embevecida, contemplando, lendo legendas, fazendo fotos dos detalhes (sempre que fotos são permitidas)...

Sobre esta que mostro hoje aqui, de Gentile da Fabriano, tornando a olhar para ela agora, mais atentamente (e talvez influenciada pela proximidade do Natal), me ocorreu que as tantas representações de "Nossa Senhora da Humildade", retratando quase que invariavelmente Maria sentada no chão com seu Menino, bem poderiam ser uma parte, um "recorte" do imaginário que cultivamos, há aproximados dois mil anos, sobre o que (e como) teria sido o nascimento de Jesus...

Assim, sentada no chão, contemplando seu Menino com serenidade, Maria bem poderia estar naquele estábulo, cercada por burricos e carneirinhos... José estaria ali bem perto, a um canto do "cenário", talvez mexendo a lenha para manter aquecido o ambiente... Nos dias a seguir começariam a chegar, curiosos, homens e mulheres da cercania, os Reis Magos com suas prendas para completar a cena... Não sabemos... O "enquadramento" destas obras nos permite ver tão somente a mãe e seu menino num momento de intimidade e comunhão reveladas no zelo do olhar e na aura acolhedora de confiança e amor que daí emana...

E quem, diante disso, precisaria do resto do "cenário"??

A propósito... um *FELIZ NATAL* a todos! 
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