22 de janeiro de 2016

Renato Magalhães - Mandalas rendadas do barro do chão


Conheci o trabalho do Renato uns 3 ou 4 anos atrás, passeando pela incrível (e gigantesca!) feira da Afonso Pena, em BH. Quem conhece a feira sabe o quanto é difícil passear por ela, seja porque ela tem "zilhares" de barracas (e você vai querer parar em quase todas para dar uma "bisoiada"), seja porque ela está sempre cheia de outras muitas pessoas que vão lá fazer o mesmo que você, seja porque as barraquinhas são muito juntinhas e o espaço é pouco para tanta gente, seja porque a feira funciona só pela manhã (praticamente)... Ou ainda por todos esses fatores acontecendo ao mesmo tempo e no mesmo lugar! Fato é que passear pela feira e garimpar as coisas maxi-bacanas que ela oferece acaba tendo um certo ar de gincana! (Deliciosa, diga-se de passagem!).

E imagina que foi num ambiente desses que meus olhos vislumbraram de longe, num reduzido campo de visão (entrecortado por pessoas, barracas, mais barracas, pessoas e mais pessoas...), algo que me chamou a atenção. Era possível ver "pedaços" de uma obra que parecia cerâmica, parecia renda, parecia tão bonito... Isso com pessoas passando na frente e outros  2 corredores de barraquinhas que eu teria de transpor para chegar mais perto... 

Pelas cores terrosas (que eu amo) e pelos desenhos que, de longe, meus olhos não conseguiam decifrar direito, eu fui seduzida, atraída feito ímã a chegar mais perto para ver do que se tratava... Que peças mais ricas! Pequenas, singelas mas de uma beleza indescritível! Cheias de informação, de texturas, de figuras e desenhos de uma minúcia barroca! E de um esmero, de uma delicadeza... que faziam uma peça de cerâmica mais parecer uma renda macia ao toque! Meu queixo caiu diante de tanto primor! 

O Renato é daqueles artistas que fazem um trabalho único, em nada parecido com nenhuma outra coisa que se vê por aí! E ele une dois elementos que, para mim, são de um valor, mais que estético, cultural/transcendental riquíssimo: a argila (com seus lindos tons naturais e a sua intrínseca referência à terra, ao chão que nos abriga e nos dá de comer...), e os desenhos primorosos que, justapostos e entrelaçados cuidadosamente, lembram o tramado das mais belas rendas que vêm sendo feitas há séculos por nossas tias e nossas avós mais remotas! 

Coisicas Artesanais - Renato Magalhães e suas "rendas do chão"
Cada pequeno desenho, cada "sulco", cada relevo ou depressão, cada espaço para luz e sombra que o Renato imprime em suas mandalas, ele o faz com pequenas ferramentas criadas por ele próprio. Um trabalho minucioso, de dedicação e paciência extremas!


Renato Magalhães cria mandalinhas de diversos tamanhos, desde umas bem "pequeticas" (um pouco maiores que uma moeda de 1 real - e que são vendidas como cordão), até umas maiores (de 6 ou 12 cm de diâmetro) para pendurar em paredes...  E o mais bacana, além de tudo, além da beleza ímpar e da riqueza visual das suas peças, é que elas também podem ser usadas como aromatizantes pessoais (pois preservam a porosidade da cerâmica por se tratar de peças não esmaltadas, o que as torna indicadas para aromaterapia com óleos essenciais... - e quem conhece o poder terapêutico desses óleos, sabe que isso não é pouca coisa!). Essas como a da foto acima, além de poderem ser pregadas na parede, têm também um furinho que as transpassa e permite que sejam usadas ainda como um delicado incensário sobre uma cômoda ou outro móvel qualquer...

 
Coisicas Artesanais - Renato Magalhães: rendas de chão
Os colares do Renato: pra levar no peito delicadas mandalas e cheirinhos de aconchego ...

Naquela primeira ocasião em que me deparei com esse trabalho lindo do Renato, eu comprei 6 colarezinhos e mais duas mandalinhas de 6 cm. Acabei dando tudo de presente! Fiquei só com um cordão para mim. Depois fui lembrando de outras amigas que eu queria presentear e, estando de novo em BH, voltei à feira para comprar mais cordões. Já presenteei amigas de longa data, amigas de "pouca data", sogra, professoras, colegas, conhecidas... E até "desconhecidas"! Uma vez, eu tinha acabado de comprar vários cordõezinhos com o Renato e fui direto pro teatro (era uma sessão "matinê", para crianças) mas a peça (de uma companhia de bonequeiros muito famosa em Minas) já estava com a lotação esgotada! Fiquei triste demais da conta... e uma mocinha da produção (uma fofa!), vendo o meu desapontamento, me cedeu uma entrada "mágica" (e ainda por cima gratuita), me colocou lá dentro para assistir! Me senti tão agradecida pelo seu gesto que queria retribuir de algum modo. Não pensei duas vezes: catei na minha bolsa um colarzinho do Renato (dos, acho que 10, que eu havia acabado de comprar naquela ocasião) e dei pra ela, em agradecimento. Ela ficou tão feliz, mas tão feliz com o colarzinho, que a sua reação de surpresa e alegria me encheu de alegria também!...

Nessa brincadeira aí já foram umas 4 ocasiões de eu chegar lá na feira e quase que esvaziar a barraquinha do Renato - que, aliás, produz poucas peças, já que a sua relação com essa arte é fazer dela a sua pura, grande e verdadeira terapia, a sua fonte de cura, de bem-estar e prazer... Impossibilitado de manter seu emprego formal, por conta de um problema de saúde que ataca seus ossos e causa muitas dores por todo corpo, o Renato encontrou nessa arte delicada uma forma de vencer a dor, fazendo-se mais forte que ela...

Ali, naquela feira, eu tive a oportunidade de conhecer uma criatura iluminada! Porque o Renato Magalhães tem um espírito transformador, é um homem obstinado que transmuta dor em arte e transforma a terra, pura e simples, em lindos trabalhos rendados... O Renato é um artista delicado, que consegue a proeza de criar, com suas mãos, lindas rendas de chão...

Coisicas Artesanais - Renato Magalhães: rendas de chão

Coisicas Artesanais - Renato Magalhães: rendas de chão
   
Coisicas Artesanais - Renato Magalhães

Leia aqui a entrevista que Renato Magalhães concedeu ao Coisicas Artesanais!

E veja ao final deste post aqui algumas dicas sobre óleos essenciais ;)
...............................................................................................................................................................
Poderá também gostar de...
Coisicas Artesanais - Oh, Minas Gerais!
  

19 de janeiro de 2016

Coisicas Artesanais - Mais um (outro) Divino e um exercício (bravíssimo) de desapego


Este quadrinho aqui (devo admitir), eu tenho um super carinho por ele. Não. Não é carinho. É apego mesmo! Talvez por ser uma das minhas peças mais... diferentes! (Eu, particularmente, nunca vi nada parecido - e eu adoro isso!)... Gosto também dessa mistura de cores, do tom pastel... Ele me passa uma coisa boa de calmitude e serenidade... 

(Além de apegada à peça eu também sou "mãe coruja" dela, deu pra perceber?)

O quadrinho foi feito há muitos anos... Sei lá, uns cinco anos atrás... Um pombinho aplicado sobre uma plaquinha sem-vergonha (porque bem fininha) de compensado onde eu fiz uma técnica de pintura que imita tábuas justapostas...

Recentemente, achando que ele andava muito achincalhadinho e esquecido na minha caixinha de coisicas encalhadas, eu decidi dar um novo viço a ele. Troquei o pombinho "pobrinho" por um pombo mais "todo-todo" e "pimpão"... Pintei umas flores em estilo camponês e depois lixei - para dar um efeito de peça antiga, desgastada pelo tempo (ou daquelas flores e outros desenhos expostos em janelas de prospecção em igrejas centenárias, redescobertos após o trabalho minucioso de restauradores...). Por fim, apliquei uma flor de madeira que serve de "base" para o gancho de pendurar na parede, que fica por trás.

No fim desse processo todo, amei o resultado! Se já gostava do bichinho, passei a ter dó de expor aqui para venda! (Ai..., como o apego nos faz sofrer, né não?...)

Num exercício (bravo) de desapego, apresento meu velho divininho esquecido e encalhado, agora renascido da caixinha, repaginado, lindo e pimpão!


Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
R$ 2.149,28 - Bincadeiraaaaa! Só R$ 50,00, gente!...

Atualizado em 10/07/2016 - a pecinha mais que querida, razão-mor do meu apego, foi avoando pousar na casa de um casal queridíssimo aqui do Rio de Janeiro. Sônia e Didi, muito grata por poder realizar meu desapego dessa pecinha (lindaaa!) para vocês, dois queridos! :)

Quer conhecer outras pecinhas ainda disponíveis por aqui? Então vai na "Lojinha" e escolha um Divininho pra chamar de seu! 

...............................................................................................................................................................

8 de janeiro de 2016

Alfredo Bello - guardião das sonoridades brasileiras, por um mundo melhor...


Alfredo Bello não é artesão. Mas, enquanto músico, faz um trabalho que poderia ser comparado ao de um mestre em marchetaria ou na arte dos mosaicos. Recolhendo e unindo "pedaços" pontuais de um material vasto e riquíssimo, ele acaba por revelar os retratos sonoros do nosso Brasil.

Alfredo visita diversas "quebradas" do país e grava eventos musicais que, em princípio, estariam restritos apenas ao círculo da tradição oral, sem nenhum registro senão aquele da memória ou da vivência dos indivíduos dessa ou daquela comunidade. Sim, eu sei, muita gente já fez ou faz isso, a torto e direito, Brasil adentro ou Brasil afora... Mas a maneira como o Alfredo faz isso, porque despretensiosa, é cativanterespeitosa e especial...

Já conhecia o trabalho dele por conta do seu selo, Mundo Melhor, que lança cds com os registros por ele captados do universo musical de diversas tradições populares do Brasil. Já tinha alguns inclusive na minha coleção. Muito bons, aliás... Banda de Pife Princesa do Agreste de Caruaru, Afoxé Oyá Alaxé, Guarda de Moçambique da Nova Gameleira... só para citar alguns.

(Guarda de Moçambique??? Parêntese rapidinho aqui para explicar alguns termos que serão usados nesta postagem para os menos familiarizados com algumas manifestações da cultura popular: GUARDA é o nome dado ao grupo de pessoas que forma um "cortejo cantante" dentro das manifestações conhecidas como Congado, ou Congada - ou ainda, como é mais comumente referido entre os próprios participantes dessas manifestações: Reinado - muito difundidas sobretudo, mas não somente, no sudeste do Brasil. Dentro desses Reinados é comum existirem duas guardas: a de moçambique (que entoa cânticos mais solenes e é formada pelos mais velhos) e a de congo (mais alegre e ligeira e geralmente formada pelas pessoas mais jovens da comunidade). Neste post aqui eu explico mais sobre o assunto). 

E então, um dia, em 2011, visitando a festa de São Benedito em Aparecida do Norte (SP), uma festa linda que reúne centenas de guardas de congo e moçambique vindas de outras cidades de São Paulo, de Minas Gerais e do Espírito Santo, eu e meu marido resolvemos parar em frente à igreja do Santo Negro para ver melhor a movimentação dos grupos que ali paravam para cantar antes de entrar na igreja. Dali teríamos condições de fazer boas fotos do evento... Foi quando uma voz muito firme nos chamou: "ei, casal!"

Alfredo Bello, guardião e disseminador das sonoridades brasileiras
Detalhe: Mastro e Guarda de Congo da Irmandade N. Sra. do Rosário de Justinópolis/MG entrando na Igreja.
Festa de São Benedito em Aparecida do Norte/SP, abril de 2011 - Fotos: Simone dos Santos


Buscamos com o olhar quem chamava. Era um cara sentado no meio-fio, arrumando um monte de cds numa caixinha. Perguntou: "vocês não querem comprar um cd com várias guardas que visitam a festa?" e nos estendeu a mão mostrando o cd. Pegamos pra ver e reconhecemos o selo Mundo Melhor. Eu disse, surpresa: "Que legal! A gente tem um monte de cds dessa série! A gente gosta muito!"

Ele sorriu e disse: "Sou eu que faço".

Não dava pra acreditar. O cara que fazia aqueles registros que a gente tanto admirava, o cara que a gente até já tinha visto em outras festas (só então o cérebro fez a "conexão"!) carregando uma tralha tecnológica sozinho (gravador pendurado no ombro, fones no ouvido, microfones suspensos por uma vara gigante, filmadora na barriga), andando de costas para seguir cortejos captando o melhor som possível (um louco!), fazendo fotos com uma mão, segurando o mic com a outra, ajustando a equalização do gravador, tudoaomesmotempoagora, esse cara estava ali, sentado no chão, no meio dum monte de gente, barraquinhas de doces, crianças correndo, guardas, tambores..., estava pacatamente ali no chão ajeitando seus cds numa caixinha de papelão e nos abordando daquela maneira. Explicou, então, que viera para a festa a fim de reencontrar os grupos de quem fizera aquele registro para entregar, a cada um, a sua cota em cds, uma espécie de contrapartida...

O Alfredo faz tudo sozinho. Ele vai dizer que não, afinal, está cercado de amigos que contribuem como podem. Mas a "locomotiva", o "carvão", a "máquina" que faz mover esse projeto é ele. É dono do selo Mundo Melhor, visita centenas de grupos que preservam as tradições musicais do Brasil e faz os registros e lança em cds, dá palestras, é DJ, pesquisador, contrabaixista, compositor e produtor, tem banda...  Em 2014 eu e meu marido fomos a um show que ele fez no Rio de Janeiro e eu não me lembro de ter dançado tanto nos últimos anos como naquela noite!

Depois daquele primeiro contato na Festa de São Benedito, acabamos encontrando com o Alfredo em outros festejos populares, sempre por acaso. E passamos a nos falar sempre. Nunca nada combinado, sempre de supetão! Já teve ocasião de estarmos distraídos e, de repente, ouvirmos uma voz já familiar nos chamando: "Ei! Casal!"... E é sempre uma alegria imensa poder revê-lo! Faz bem ao coração!

Porque o Alfredo é um cara que vibra numa frequência diferente das pessoas ditas "normais". Afinal, um cara que consegue fazer tanta coisa ao mesmo tempo, que se dispõe com tanta entrega e paixão a registrar por recursos e esforço próprios (muitas vezes sem nenhum apoio ou patrocínio) o que o Brasil tem de mais rico - que é a beleza mais pura das manifestações de alegria e fé do seu povo; um cara que "ENTRA" tendo todo o carinho e respeito das comunidades que o recebem e o aceitam; um cara que está inventariando um legado de imensurável valor cultural... (isso sem contabilizar aqui o fato de ele fazer tudo isso e também andar de costas!), esse cara não poderia ser um cara normal!
 
O Alfredo é um louco. Desses loucos queridos, dos quais somos tão carentes e dos quais o mundo precisa tanto que existam mais e mais para poder se transformar finalmente (e plenamente!) no Mundo Melhor por que tanto ansiamos!


Alfredo Bello, guardião e disseminador das sonoridades brasileiras
Alfredo paramentado e em ação - Festas de Agosto, 2013, Montes Claros (MG) - Foto: Simone dos Santos.

Conheça e se apaixone pelas facetas desse louco desbravador, admirável guardião e incansável disseminador da música e das sonoridades do Brasil e do Mundo!


E aqui: DJ Tudo



Guarda de Moçambique Nossa Senhora da Conceição de Sete Lagoas - MG

...............................................................................................................................................................
Poderá também gostar de...

Coisicas Artesanais - Simone dos Santos
Oxum


História ilustrada - Devoção Congadeira e a história de Nossa Senhora do Rosário entre as Irmandades do Rosário no Brasil









Revelando São Paulo



24 de dezembro de 2015

Sandra e suas "Brincadeiras de todos os tempos"... e um pretexto pr'eu falar de Natal


Conheci a Sandra através do Revelando São Paulo, festival que me propiciou ver de perto o fazer criativo de muitos artesãos. Seu trabalho é encantador. Ela cria e recria brinquedos artesanais de outros tempos... Aliás, "de todos os tempos"... Cinco Marias, piões, bodoques, cavalinhos de pau, cordas de pular, fantoches de cone... E bonequinhos de pano de personagens famosos: sereias, baianinhas, Sacis, Emílias, Viscondes...

Tudo lúdico e delicado. E de uma criatividade encantadora! Pedacinhos de pano, de filó, de renda, botões, fitas, cadarços, cordas, cabos de vassoura... viram arremates e adereços para os seus brinquedos e bonecos, quando não o próprio brinquedo! Impossível não voltar a ser criança diante das criações da Sandra... A molecada chega aos montes querendo tocar em tudo, ver com as mãos. Mas também os adultos! Chegam com olhos brilhando de encantamento e sapequice...

Imagino ter sido esse o meu olhar quando eu vi a peça que me cativou... Foi amor à primeira vista! ... Um palhacinho de folia de reis! 


Coisicas Artesanais - Sandra, Revelando São Paulo
É ou não é de se apaixonar??

Aqui devo abrir um pequeno parêntese para explicar que sou apaixonada por diversos festejos e manifestações da tradição popular brasileira (ou das tradições populares no Brasil - para não cometer injustiça, afinal, são diversas!...). Apaixonada assim: de isso causar em mim rebuliço, "vuco-vuco", de fazer "tum-dum" no coração... De isso, de certo modo, me mover...

E, dentre as manifestações todas de cores e música e fé do povo brasileiro, desconfio que a que mais me comova (pelos impulsos irresistíveis de encantamento - e às vezes de choro - que me acometem quando me deparo com uma) seja a Folia de Reis! A batida do bumbo, o toque das caixas, os acordes da sanfona, das violas, os timbres agudos de vozes que se abrem em melancólicos e quase eternos "ai-ais" e "oi-larais", a Bandeira, a abrir caminhos, e a solenidade de tudo isso, e mais ainda as brincadeiras, a chula, as trovas dos palhaços!... É coisa que me arrebata de eu nem saber explicar... 

Não sabendo explicar, fecho aqui o parêntese então...

Daí que..., quando vi aquele palhacinho de folia penduradinho naquele stand..., tão lindo com seu cajadinho, com sua roupinha de chita, com a sua (fofa!) bolsinha de esmolar e guardar balas para as crianças... (cada detalhe tão rico!), a perfeição da máscara com seus aspectos ambíguos de assombro e doçura... Eu me apaixonei de maneira irreversível!


coisicasartesanais.blogspot.com.br
Detalhe

Comprei o palhacinho, fiz foto com a Sandra, conheci marido dela, filha, genro, netos! E agora, toda vez que volto ao Revelando São Paulo, eu passo lá no seu stand pra lhe dar um beijo... E aproveito para observar como as pessoas vão se aproximando com os olhinhos brilhando de curiosidade ou de alegria... Curiosidade se são crianças, pois boa parte dos brinquedos ali é, para a maioria delas, novidade. E alegria se adultos - por essa coisa mágica e transformadora que é reconhecer antigos joguetes e brinquedos que fizeram parte das nossas brincadeiras de infância, ali, tão vivos, tão pertinho e... ao alcance das mãos! 

trabalho da Sandra é comprometido. E tem um apelo forte e quase documental: esse de resgatar e manter vivos afetos e reminiscências das nossas infâncias, trazendo à tona memórias e aspectos de brasilidade através de personagens da literatura e do folclore que permeiam as nossas fantasias e brincadeiras... de todos os tempos!... 

Quem quiser conhecer o trabalho da Sandra, é só procurar pelo stand da cidade de São Paulo no pavilhão de artesanato do "Revelando...". Por enquanto ela não tem lojinha virtual, mas ela disse que, em breve, terá um link para divulgação e contato e, claro, ele será informado aqui no Coisicas Artesanais!


* * *

Um pretexto pra eu falar de natal aqui...


Não à toa eu decidi fazer esta postagem no dia de hoje... Hoje, dia em que, conforme nos contam diversas fontes de tradição cristã, uma estrela guia teria surgido no céu apontando o local exato do nascimento do Menino-Deus e levando três reis a iniciar uma longa jornada ao seu encontro... Hoje, dia em que, no Brasil, centenas de ternos e companhias de folia de reis recomeçam sua jornada de fé, refazendo simbolicamente, nos seus bairros, o caminho dos Reis Magos, visitando casas, levando a Bandeira, louvando lapinhas, cantando esperanças, partilhando o pão e brincando a chula onde houver pessoas e corações que assim o desejem, nos cantinhos e nas casinhas mais iluminados desse nosso Brasil!

Àquele que crê e a quem não crê; a quem tem esperança ou já nada espera; àquele que canta e àquele que cala; a quem gosta e a quem tem suas razões para não festejar a data de hoje... que tenhamos, todos, uma Noite Feliz, de Paz e de Luz!

"Fiquem com Deus-Nosso-Senhor,
lembrando de celebrar,
que Ele nasce é todo dia
no coração de quem amar!"
(Alegria de Reisado (trecho) - Simone dos Santos) 


* * *

ATUALIZADO EM DEZEMBRO DE 2020 - Conheça a música Alegria de Reisado no vídeo abaixo!



................................................................................................................................................................................................

Poderá também gostar de...

Uma história sobre os pinheiros de Natal e PAP de pinheirinhos para presentear

10 de dezembro de 2015

Coisicas Artesanais - Mais um Divino


Alguns aqui poderão passar a se perguntar: "mas por que é que este blog se chama Coisicas Artesanais?"... Sim, eu compreendo... Afinal, ele poderia perfeitamente se chamar: "louca por Divinos" (com todo o respeito)... Divinos serão temas recorrentes por aqui!

Dito isto, venho apresentar mais um Divininho que fiz. Este, inspirado no artesanato doce e rústico de Bichinho - na verdade, Vitoriano Veloso, um distrito de Prados que fica praticamente numa beiradinha de Tiradentes - pertín qui!

 
coisicasartesanais.blogspot.com.br
R$ 60,00 + frete

Técnicas e material: pátina de demolição, envelhecimento com betume e carimbos aplicados em quadro de madeira de demolição com tampo de mdf, coração de mdf e pombo de madeira. Acabamento com cera.

Medidas: 24,5 cm x 19,5 cm, com aproximadamente 4 cm de profundidade (considerando a "barriguinha" do pombinho desde o tampo do quadro).

Quem tiver interesse na peça, basta entrar em contato através do e.mail coisicas.artesanais@gmail.com para tirar dúvidas sobre frete e forma de pagamento.
 ..............................................................................................................................................................