8 de agosto de 2020

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Pizzinhas de tabuleiro "tipo" Focaccia Barese ;)


Hoje venho compartilhar outra receitinha curinga aqui no Coisicas! Eba! =) 

A massa dessa pizzinha é bem fácil de fazer e pode render quitutes multi variados, de acordo com a sua criatividade. Aqui em casa, ela serve pra fazer essa pizzinha que apresento hoje (amo!), além de focaccias fofas perfumadíssimas, pãezinhos os mais variados (salgados ou doces), etc... Em oportunidades futuras, pretendo publicar algumas dessas variações aqui também.

Do modo como a apresento hoje, ela se assemelha muitíssimo às 'focaccias' do sul da Itália, notadamente a focaccia barese (originária de Bari, mas já difundida por toda Itália), de formato redondo, sem queijo, macia por dentro e de borda crocante (), só que bem mais simples de fazer! ;)


Pizzinha de tabuleiro tipo 'Focaccia Barese'

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Sim, essa pizzinha não leva queijo, mas você pode acrescentar, se quiser ;)

Numa bacia, junte:

- 1 xícara de água (em temperatura ambiente)
- 1 ovo (em temperatura ambiente)
- 1/2 xícara de óleo
- 3 colheres (chá) de açúcar branco
- 1 colher (chá) de sal

Aqui cabe uma observação: embora leve mais açúcar que sal, a massa não é doce. Massas de pão geralmente são assim, costumam levar mais açúcar que sal - o açúcar acrescentado entre os ingredientes serve para "alimentar" a levedura que fará a massa crescer, não necessariamente tornando doce a sua receita. Não se preocupe, sua pizza não ficará doce. ;)

Misture tudo e junte:

- 1 xícara de farinha branca
- 1 pacote (10g) de fermento biológico seco (fermento em grânulos para pão)


Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Misture os ingredientes líquidos, sal e açúcar, junte a farinha, o fermento e torne a misturar.

Incorpore tudo e junte mais:

- 3 xícaras de farinha branca (você pode substituir uma parte por farinha integral)

Acrescente uma xícara por vez, incorporando farinha à massa com ajuda de uma espátula. Conforme for agregando mais farinha, a massa vai ficando mais 'sequinha', menos grudenta, e começa a se soltar do fundo da bacia e da espátula. Nesta hora (lá pela última xícara de farinha adicionada), você pode dispensar a espátula e terminar de misturar tudo com as mãos. 

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Repare a diferença na textura... La pela 3ª xícara de farinha, a massa ainda está pegajosa (foto 1). Depois de adicionar a 4ª xícara, a massa já começa a ficar mais 'selada' (foto 2). Nessa hora eu gosto de finalizar com as mãos. 

Essa massa não precisa de sova, você deve apenas terminar de agregar a farinha até a massa ficar fofa e elástica (por isso eu gosto de finalizar com as mãos, pra sentir o ponto certo). Se ainda estiver colando nas mãos, vá agregando mais farinha, aos pouquinhos, com cuidado para não tornar a massa pesada, ok? Farinha em demasia resulta em massa pesada.

Uma dica muito importante nessa etapa final de manipulação da massa é nunca afundar 'o mãozão' nela - quanto mais fizer isso, mais farinha ela vai pedir. Vá pressionando de leve as mãos na superfície, virando, dobrando e pressionando sempre de leve, sem nunca 'romper' ou 'atravessar' a superfície. Pense na superfície dessa massa como se fosse a moleirinha de um bebê recém-nascido, ou como se fosse massa de gnocchi ;)

O ponto certo da massa é quando ela fica macia, levemente elástica e 'selada' (sua superfície fica mais sequinha e não gruda mais).

Infelizmente, eu não fiz foto da massa nessa hora, mas prometo atualizar aqui, quando fizer outra vez essa receita ;)

Hora de abrir a massa! Aqui em casa, eu divido em 4 partes e abro em 4 formas pequenas (de 17 e de 20 cm de diâmetro) e, assim, ainda posso montar sabores distintos - bom demais, né não? Ao final, deixo algumas sugestões de sabores. ;)

Importante: não precisa untar nem polvilhar as formas! 

Eu abro direto no tabuleiro mesmo, com as mãos, vou esticando com a palma e lateral (ver na foto abaixo). Ao abrir a massa, você vai reparar que você estica um tanto e ela volta um tantinho. É assim mesmo, ela é elástica - esse é o ponto certo! ;) Vá esticando e esticando até ocupar o tabuleiro inteiro. Das primeiras vezes, poderá até parecer que você não vai conseguir esticar toda a massa no tabuleiro, mas é assim mesmo! ;)

Se, nessa etapa de esticar, a massa voltar a grudar nas mãos, salpique mais um pouquinho de farinha por cima (só onde está grudando) e siga esticando.

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Abrindo a massa no tabuleiro, que não precisa ser untado/polvilhado. Obs.: no dia que fiz a pizzinha, esqueci de fazer foto na hora de abrir a massa. Essa foto é de outro dia, que fiz a mesma receita com um pouquinho de farinha integral e ervas, por isso ela tem outra cor e aspecto, mas serve para mostrar como abrir ;)

Cubra os tabuleiros com pano e plástico e deixe descansar até dobrar de volume. Aqui no Rio, mesmo em dias mais "frios", 30 minutos costumam ser suficientes. O importante é que a massa cresça para o dobro do volume que tinha, mesmo que isso leve mais tempo em locais mais frios. Importante também que, além de cobrir com pano e plástico, você deixe sua massa descansar em local protegido  de  possíveis correntes de ar, ok?

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Massa esticada nos tabuleiros e tudo coberto com pano e saco plástico pra descansar até dobrar de volume.

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Massa já crescida, agora é a vez de colocar seu molho preferido antes de levar ao forno! ;)

Após a massa dobrar de volume, cubra delicadamente com seu molho preferido. Leve ao forno preaquecido, em temperatura alta, por mais ou menos 15 minutos, 20 no máximo!

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Massa, antes de ir ao forno, coberta com molho de tomate cru - que ensinei a fazer aqui ;) 

A massa fica super macia e levemente crocante nas beiradas! 

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Hummmmm.... :P


Sabores possíveis: 

Alho-poró em rodelas, regado de azeite e com sal grosso moído; abobrinha cortada em rodelas e refogada com alho; molho de tomate cru com champignons e sal grosso moído...

Os sabores mais badalados aqui em casa são os de tomate cru com champignons e molho de tomate refogado com sardinha e azeitonas verdes (ai, aguei!).

Massa de Pizza tipo "Focaccia Barese" - Coisicas (culinarescas) Artesanais - Simone dos Santos
Socorro! A gula! =D


Atualizado em fevereiro/22: veja abaixo outras receitas que publiquei a partir dessa mesma massa! ;)





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5 de agosto de 2020

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Molho de tomate cru - para bruschetas, focaccias, pizzas e afins...


Receitinha facinha hoje! Molhinho básico e delicioso de tomate cru que pode, simplesmente, acompanhar torradinhas ou, ainda, servir pra montar bruschetas, pizzas, focaccias... Ao seu gosto! ;)



Molho de tomate cru


- 6 tomates italianos maduros
- 1/4 de cebola picadinha em pedacinhos beeeeeem pequenininhos 
- 1 dente de alho espremido 

Retire o "umbigo" e corte os tomates pela metade. Passe o lado de dentro dos tomates (a polpa) no ralo grosso. Descarte as peles que sobrarem e deixe a polpa escorrer numa peneira (com os demais ingredientes misturados) por pelo menos 1 hora ou até ficar bem sequinho. 

Obs.: Deixar escorrer é muito importante para reduzir a acidez do tomate. O bom mesmo é deixar a polpa escorrendo umas 4 horas, maaaaas... praqueles dias em que nos enrolamos na cozinha e/ou que temos pressa, deixar 1 hora na peneira já ajuda nesse processo de reduzir a acidez ;)

Outra obs.: A cebola, picadinha beeeem pequetica, vai conferir "cremosidade" ao seu molhinho ;)

Só mais uma obs.: O caldinho escorrido do tomate pode ser separado pra fazer pãezinhos de tomate ;)

Tire o "umbigo" e corte os tomates pela metade. Passe a polpa no ralador até a pele ficar lisinha. Marido ralou pra mim ;)



A pele que sobra deve ser descartada. À polpa, junte alho e cebola, misture e deixe escorrer para reduzir a acidez. O caldinho que sobra, guarde pra acrescentar em massa de pão... Pretendo ensinar um pãozinho de tomate aqui em breve - veja o link ao fim deste post! ;)

O molho é só isso! Ralar os tomates, juntar cebola picadinha e alho espremido e deixar escorrer. Só após esse processo é que vamos temperar com sal, azeite, pimenta, ervinhas... conforme o gosto e a ocasião ;)

Para servir com torradinhas, eu acrescento sal a gosto e um filete de azeite.

Para fazer bruschetas, acrescento, além do sal e do azeite, folhas frescas de manjericão.

Para focaccias e pizzas, eu costumo acrescentar apenas sal grosso e, às vezes, pimenta preta, moídos na hora, sobre o molho já espalhado na massa, antes de ir ao forno ;)


Repare no aspecto do molho, já pronto e espalhado sobre massa de pizza caseira ;)


Nos próximos dias, pretendo publicar a receita dessa massa caseira aí de cima, pra pizza de tabuleiro - que eu amooo! Até lá! ;)

Atualizado em fevereiro de 2021: veja aqui uma receita de pão de tomate feito com o caldinho que escorre do molho caseiro! ;)

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Pizzinhas de tabuleiro 'tipo' Focaccia Barese


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13 de julho de 2020

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Bolo branco simples, super fofo, delicioso e curingão!


Não tenho boa mão para bolos. Quase metade dos bolos que me atrevi a fazer na minha vida inteirinha solaram, desandaram, murcharam, micaram, zicaram, 'deram ruim'... Com um histórico desses, tão desanimador, é fácil inferir que faço bolos muito esporadicamente (o que acaba reforçando minha pouca habilidade, uma vez que, fazendo tão pouco, não pego nunca 'o jeito', a manha, né?) - e faço apenas naqueles dias em que estou muito forte de espírito e preparada emocionalmente para lidar com possíveis frustrações... Ou então quando estou Kamikase mesmo...

Acho que comecei mal esse post, porque, com uma introdução dessas, ninguém aqui vai se animar a fazer essa receita! A menos que seja Kamikase... Mas o fato é que a receita é mesmo maravilhosa, muito simples, você bate na mão e... sempre dá certo! 

E olha que isso, dito por alguém que acumula tantas más experiências em fazer bolos, é uma credencial de luxo! Né não? ;)

Pois então...

Super fofo e perfumado (e fácil!), ele virou um curingão aqui em casa! Tanto, que eu invento sempre um modo diferente de prepará-lo! Simplão ou incrementado, com cobertura ou sem, com morangos picados na massa (minha versão preferida), com avelãs e chocolate, com banana, nozes e canela, com especiarias e nozes... Dá pra aloprar na criatividade! Sempre respeitando as medidas e proporções entre os ingredientes, claro - o que é uma lei básica.

Dessa vez, eu fiz dum jeito que faço sempre (com morangos picados na massa) e a "inventação" ficou mais por conta da apresentação. Dobrei a receita pra montá-lo em 2 camadas, com recheio e cobertura de coulis de frutas vermelhas e decorei com morangos e mirtilos frescos... para presentear minha mamis em seu niver. O melhor presente daquele dia ganhei eu, ao ver o sorriso de mamis, de orelha a orelha, e seus olhinhos brilhando, exalando doçura de menina e alegria de criança, quando viu (e quando provou) o bolo que fiz pra ela! ♥ ♥ ♥

Com minhas (más) experiências em bolos, eu não poderia tentar nenhuma outra receita naquele dia: tudo tinha que dar certo! ;)


Bolo branco simples, super fofo, delicioso e curingão!

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Bolo branco super fofo e curingão - Simone dos Santos


Pré-preparo: unte e polvilhe uma forma redonda pequena*. Ligue o forno em temperatura média.

* Essa receita, do jeito que está descrita abaixo, rende um bolinho relativamente pequeno (faço em forma redonda de 17 cm de diâmetro). Para montar o bolo em camadas dessa vez, eu dobrei a receita e usei 2 formas maiores (de 20 cm de diâmetro), pra que a massa ficasse mais baixinha e, ao montar uma sobre a outra, o bolo não ficasse muito trambolhudo em altura - o que fica lindo pra 'instafotos', mas acho desengonçado demais para a vida real: cortar, servir e comer... ;)

Numa bacia, usando espátula de silicone, misture:

- 2 ovos
- 1/4 de xícara de óleo (eu uso óleo de coco)
- 1 colher (sobremesa) de baunilha
- 3/4 de xícara de açúcar branco

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Bolo branco super fofo e curingão - Simone dos Santos
Receita delícia, fácil e muito prática: basta misturar tudo com espátula, para agregar, dispensando o uso da batedeira! ;)

Misture tudo e depois junte, alternando:

- 1 e 1/2 xícara de farinha
- 3/4 de xícara de iogurte natural*

*O iogurte pode ser substituído por "buttermilk caseiro" - Neste caso, prepare antes de começar a receita, lá na etapa do pré-preparo, assim: 3/4 de xícara de leite morna + 1 colher (sopa) de suco de limão ou vinagre. Misture e deixe descansando até coalhar - uns 15 minutinhos - o tempo de você untar e polvilhar a forma e começar a preparar seu bolo. ;)

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Bolo branco super fofo e curingão - Simone dos Santos
Vá agregando farinha e iogurte aos poucos, alternando um e outro...


Por último, junte:

- 1 colher (sobremesa, rasa) de fermento químico em pó
- 1 colher (café, rasa) de bicarbonato de sódio

Essa é a receita basicona e simplona. A partir dela você inventa o que mais quiser. Se quiser fazer com morangos picados, acrescente aproximadamente 1 xícara à receita, juntando uma parte neste momento e misturando à massa e a outra parte já na forma, por cima da masa - pra não descer todo o morango enquanto assa e ficar tudo acumulado só no fundo da forma ;)

Despeje a massa sobre forma untada com manteiga e polvilhada com farinha (se for o caso, junte o restante dos morangos nessa hora, por cima) e leve ao forno em temperatura alta por 30 minutos, aproximadamente. Aqui em casa eu deixo o forno em mais ou menos 265 ºC.

Espere amornar para desenformar e sirva como achar mais bonito! ;)

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Bolo branco super fofo e curingão - Simone dos Santos
Meus 2 bolos ficaram com "barriguinha", o que dificulta se você quiser montar um sobre o outro. Por isso, o de baixo, eu coloquei no prato com a "barriguinha" (a parte convexa) virada pra baixo, pra poder montar o outro por cima e ficar bem encaixadinho. Besuntei com bastante recheio entre eles e depois cobri e decorei como na primeira foto lá em cima ;)

Veja aqui a receita do coulis de frutas vermelhaque usei como recheio e cobertura nesta receita ;)

Ah! Preciso pedir desculpas por não ter nenhuma foto, infelizmente, do bolo depois de cortado, pra mostrar como ficou por dentro. À época que fiz esse bolo aí, eu nem sonhava em publicar receitas aqui no Coisicas (o que só passei a fazer agora, na quarentena...) e as fotos tiradas na ocasião tinham o intuito apenas de servir como um "memoril" ou "lembrol" pra eu me lembrar do bolo gostoso e vistoso que fiz e pra me encher de incentivo moral pra tentar fazer outros assim! ;)

Bem... Em posts futuros, eu pretendo mostrar outras opções de sabores com essa mesma receita - e capricharei nas fotos (inclusive do bolo partido). Fica de olho! ;)

Atualizado em agosto/2020 - aqui tem o mesmo bolo com outra apresentação e foto dele aberto ;)


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8 de julho de 2020

Coisicas (culinarescas) Artesanais - Coulis de frutas vermelhas


Já comentei aqui sobre minha paixonite por geleias e afins - as artesanais, feitas em casa e que perfumam tudo ao redor, impregnando a cozinha, a mesa, a casa e a vida duma doçura pueril... (experimenta só!)...

Nessa delicada e doce família, onde figuram geleias, chimias, coulis, caldas... notaremos nuances de dulçor e textura às vezes tão sutis que os diferentes termos para se referir a cada uma delas mais poderão parecer versões linguísticas ou regionais de uma mesma coisa. Mas não são...

O coulis, por exemplo (lê-se culí, do francês), é uma espécie de "purezinho" menos espesso, uma 'geleia' batida no liquidificador (ou mixer) e com aspecto bem lisinho. E você pode servir como geleia mesmo (acompanhando biscoitinhos, torradas, sorvetes ou panquecas), ou usar como recheio e cobertura em receitas de bolos ou, ainda, para montar deliciosas sobremesas de copinho com cremes variados e farofinhas crocantes... Hummm... =D


Coulis de frutas vermelhas

Coulis de frutas vermelhas - Simone dos Santos - Coisicas Artesanais

Numa panela, junte:

- 250g de morangos picados
- 2 punhadões de mirtilos
- 1/4 de xícara de água
- 3 colheres (sopa) de açúcar - aumente para 4 ou 5 colheres, se você tem paladar de formiga ;)
- 1 colher (sopa) de suco de limão

Leve tudo ao fogo médio até que os morangos comecem a desmanchar. Desligue o fogo e triture tudo no liquidificador ou mixer (eu trituro na própria panela, usando o "braço" com lâmina do mixer) até ficar um 'purezinho' líquido. Reserve. 

Numa xícara, misture até diluir bem:

- 1 dedo de água gelada
- 2 colheres (chá) de maisena

Jogue essa misturinha no seu 'purê' e volte ao fogo médio até ficar um creminho mais espesso. Espere esfriar um pouco para transpor para um potinho ou usar sobre bolos ou acompanhando outras guloseimas... ;)

Coulis de frutas vermelhas - Simone dos Santos - Coisicas Artesanais

No próximo post vou passar a receita de um bolo delicioso e super curinga, com recheio e cobertura desse coulis aí, então... Fica de olho! ;)

Atualizado em 13/07/2020: ó a receita do bolo aqui! ;)

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29 de junho de 2020

Histórias de não esquecer - O velho, o pássaro e o Santo


Quem vem acompanhando o Coisicas de pertinho já deve ter lido (ou escutado) as duas histórias que publiquei anteriormente, sobre o Libório (aqui) e sobre o Tuninho Passarinho (aqui). 

Se você está chegando só agora por aqui, não continue lendo esse post. Dá um pulinho primeiro nos links acima pra conhecer aquelas histórias e aqueles personagens e, só depois, volta cá pra seguir com essa leitura e poder acompanhar tudo direitinho, sem perder nenhum detalhe! ;)

Aqui também será possível apenas ouvir essa história, caso seja de sua preferência. Basta rolar a barra até o final do texto, onde está a caixa com o áudio.

Mas, então... Hoje eu venho apresentar mais uma daquelas minhas "Histórias de não esquecer"... Mas esta nem chega a ser, assim, por bem dizer, uma históóória propriamente dita, pois que não nos traz nenhuma "novidade", nenhum "causo", nenhum novo personagem (ao contrário), e visto se tratar mesmo de um certo desfecho, uma conclusão... Curtinha e ligeira, tem tons amarelados de fim de tarde que poderão deixar a impressão de um "té mais ver" depois de uma longa e boa prosa...

Por ora, então, até mais ver! ;)





Histórias de não esquecer 
Simone dos Santos


Aos meus avós...
E aos teus também.


Capítulo ... VII (?)

O velho, o pássaro e o Santo




            Sentado na varanda de casa, o velho puxava pela memória de certa vez que viajou dois dias em lombo de burrico pra mor de acudir um menino acamado de mágoa... A viagem foi demorada por causa de que era já bem velho naquela ocasião e a coluna não suportaria galopada de ligeiro, como em época de sua mocitude - razão pela qual escolheu de ir mesmo em burrico, que é bicho pacato e de pernas curtas, que assim poderia tolerar bem a lonjura e os solavancos do caminho... E seguiram devagarzinho, velho e burrico, parandinho ao longo do trajeto, por necessidade de pouso pra descanso ou de comida mesmo  (para ambos), em casa de quem pudesse ou quisesse ajudar - que todos eram muito dispostos a acolher e ajudar o bom velho, muito querido e afamado em toda aquela região pelo seu dom de cura e caridade.

            Puxava essas coisas pela memória, daquela viagem tão custosa que fizera pra acudir ao menino de nome passarinho (e se ria, o velho, da alcunha do menino!) e se perguntava também, rememorando aquele ocorrido de tantos anos já se iam, se o pequeno teria compreendido as coisas que ele falou sobre o bem-querer, sobre o amor - que são, afinal, a mesma coisa, posto que amar é querer o bem de quem se ama e regozijar-se no bem do outro... Receava mesmo que não, não teria entendido, não, pois que era tão novinho, meninote ainda... Mas que, agora, devia era de estar moço-feito já e talvez tivesse melhor entendimento..., mas será que se alembrava?... Como será estaria aquele menino?...

            Foi despertado de seus pensamentos (vejam só, vocês...) pela cantoria estridente dum saíra que pousara na goiabeira sobejada de frutos no quintal. Que belezinha de saíra! Que, pelo capricho e vivo das cores das penas, haveria de ser saíra macho, sim... E que, pela estridência estrepitosa no seu modo de piar e pelo modo irrequieto e afoito como o bichinho se movia e se agitava, tudo fazia crer - e o velho sabia bem: era certo que vinha fugido d'alguma gaiola ou arapuca na redondeza, vinha sim... Ora! Melhor pro bichinho! E se ria, o velho, da liberdade flagrante e da graça vivaz daquele bichinho! E daquele instante.

            Curioso, isso, né?.... Creio que estamos todos nos fazendo a mesma pergunta agora... Pois que todos nós, que sabemos da história do Tuninho e sabemos que Tuninho ganhou um saíra depois que o velho esteve em sua casa, e que cuidou do bichinho por tantos anos e que acabou por se lembrar do velho e de soltar o seu saíra pra liberdade, agorinha, há bem pouco, e que poderá estar, ainda, nesse instantinho mesmo, o Tuninho, se refazendo do choro em colo de Beré, sua mãe, todos nós vemos nesse fato, dum saíra ter pousado ali no quintal do velho, na exata hora em que o velho se recordava do menino, uma coincidência demasiado novelesca, né não?

            Mas o velho não poderia supor tais coisas e, portanto, pareceu-lhe coisa muito comum um saíra pousar ali, e que, ademais, fato é que o velho não acreditava em coincidências, não senhora, não senhor, pois que cria mesmo era que cada petalinha que se desprende du'a flor e que cai sobre a relva, no chão, tem sua razão de ser nessa vida nossa - que é de Deus. Mas que... ao receber visita assim, de bichinho todo serelepe celebrando e agradecendo a vida, ali no seu quintal, justo naquela hora, quando recordava e matutava aquelas coisas, o velho, no seu íntimo, teve sua resposta... E estava satisfeito por demais com isso e, de resto, naquela hora, não importava mais nada, não.

            Mas... que a tardinha mal chegara e já se ia! Aqueles dias de outono eram mesmo assim, curtinhos... Ou então era ele que estava demasiado velho já pra acompanhar a rapidez dos novos tempos sem se espantar! Afe... Hora já de se recolher... Antes, contudo, o velho fez o de costume: encheu seu copinho de pinga e derramou um gole pra Santo Onofre, com quem tinha grande apego de fé, desde moço ainda - história comprida... Bebeu o gole que era o seu, o segundo, e entrou pra casa mor de se abrigar, pois que a noite vencia já os últimos lampejos da luz do sol e que, já-já, haveria de esfriar um bocado!




Para ouvir essa história, clique abaixo:


"Histórias de não esquecer" é um projeto de livro de autoria de Simone dos Santos, com histórias que narram 'causos' e apresentam personagens cada vez mais raros nos dias de hoje... Uma maneira de tentar abrandar a velocidade com que vamos nos esquecendo dos modos de viver, das crenças e das situações que ocuparam a existência dos nossos avós e bisavós quando eles passaram por aqui e que, assim, "desesquecendo", possamos tê-los por perto um bocadinho mais...


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